O governo de Istambul, a maior cidade da Turquia, proibiu neste sábado a Parada LGBT que iria ocorrer neste domingo (dia 25). A medida provocou críticas de grupos de direitos humanos e causou temor pelo fato de possíveis conflitos poderem surgir, uma vez que os ativistas afirmaram que o evento ocorrerá mesmo com a proibição. É o segundo ano seguido que as autoridades do local proíbem a realização da marcha. O argumento desta vez é que o evento é um risco à segurança da população. Grupos conservadores e islamitas turcos chegaram a anunciar recentemente a sua intenção de impedir a marcha.
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“Como resultado da nossa avaliação e, considerando a ordem pública e a segurança dos turistas que estão na região para passear, não se autoriza a marcha nem reuniões no dia da comemoração, nem antes nem depois”, afirma uma nota do escritório do governo de Istambul. “A praça de Taskim (de Istambul) e o seu entorno, onde se convocou a marcha, não fazem parte dos espaços para manifestações e reuniões” completa o comunicado.
Em 2014, última vez que uma Parada Gay ocorreu em Istambul, foram reunidas mais de 100 mil pessoas, uma das maiores manifestações da comunidade LGBT em um país muçulmano. A parada gay de Istambul – uma cidade tida como segura para refugiados da Síria e do Iraque – costumava ser um evento pacífico. Contudo, em 2015 a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar os participantes, depois que os organizadores tiveram a autorização para o evento proibida por ela coincidir com o mês sagrado do Ramadã. Já em 2016, com a proibição novamente, a organização alugou um barco particular e a celebração pôde ocorrer no rio Bósforo.
Ao contrário de outros países muçulmanos, a homossexualidade não é considerada um crime na Turquia. Porém, ativistas lésbicas, gays e transexuais dizem que não têm direito a proteções e continuam enfrentando preconceito numa nação que é fortemente influenciada por valores conservadores e religiosos.
O presidente Recepp Tayyip Erdogan e seu partido, o AK, são criticados pela comunidade LGBT por demonstrar pouco interesse em expandir direitos para minorias, gays e mulheres, e por serem intolerantes com dissidentes do regime.