O historiador Elias Ferreira Veras lançou o livro Travestis: Carne, Tinta e Papel no último mês. A obra conta a história de diversas travestis que viveram em Fortaleza, no Ceará, na década de 1980, e de como elas se tornaram percussoras do movimento T na cidade.
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Vera escreveu o livro com base na pesquisa que havia feito na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Além de perfilar diversas participantes, o historiador também coletou recortes de revistas e outros materiais da mídia na época, para mostrar a maneira como as travestis eram retratadas então.
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Os tantos transtornos que aparecem na vida das travestis são contados a partir das memórias de pessoas como Bianca, Rogéria Chacrete e Thina Rodrigues. Thina, inclusive, é agora presidente da Associação de Travestis do Ceará (Atrac), e se mostrou feliz com a retratação: “É bom saber que tem gente preocupada em cotar essa história esquecida da gente”, contou, em entrevista para O Povo.
Thina demonstra um medo de que o legado das travestis seja afeta pelo discurso higienizador atual (de que todo mundo deve ser visto como trans), mas reconhece a melhora em alguns aspectos desde os anos 80. O próprio autor do livro considera que as mudanças vem sendo positivas, ainda que lentas: “Na década de 80, elas não apareciam na mídia com direito à fala. Hoje, apesar dos programas policiais ainda tentarem ridicularizá-las, teve uma transformação e a representação da travesti é mais plural”. O livro pode ser adquirido aqui