O domingo foi marcado por protestos em todo o Brasil, contra a decisão judicial que autoriza psicólogos a submeterem pacientes a terapias de reversão sexual, a chamada “cura gay”. Em Salvador, um grupo de pessoas caminharam a tarde entre as ruas da avenida Oceânica, munidos de faixas, cartazes e bandeiras coloridas, além de gritos om palavras de ordem.
A coordenadora da Marcha das Vadias Sandra Muñoz explicou o motivo do ato. “Primeiro que a não somos doentes. Nós não queremos perder nossos direitos, já avançamos muito nessa luta e não podemos voltar atrás. A constituição não diz que somos pessoas livres? Somos livres para amar quem a gente quiser. Não precisamos disso.”, afirmou em entrevista ao Blog Me Salte, do jornal Correio 24 Horas.
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A homossexualidade deixou de ser considerada como uma doença, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1990. O despacho, redigido em caráter liminar, reverte uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) editada em 1999, que proíbe a realização de terapias para modificar a sexualidade, sendo passíveis a punições, caso utilizem desta modalidade para tratar pessoas que apresentem desconforto com a sua sexualidade.
Na última quinta-feira (21), o CFP formalizou um recurso contra a decisão do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho. “A decisão liminar abre a perigosa possibilidade de uso de terapias de (re)orientação sexual. A ação foi movida por um grupo de psicólogas (os) defensores dessa prática, que representa uma violação dos direitos humanos e não tem qualquer embasamento científico”, afirmou a instituição em nota.