Egito promove "caça a gays" e fará exames anais em suspeitos

Apesar da homossexualidade não ser proibida pela Lei, o Egito é um país conservador, onde a discriminação é frequente. Gays são frequentemente presos e acusados de devassidão, imoralidade e blasfêmia (FOTO: Instagram)
Apesar da homossexualidade não ser proibida pela Lei, o Egito é um país conservador, onde a discriminação é frequente. Gays são frequentemente presos e acusados de devassidão, imoralidade e blasfêmia (FOTO: Instagram)

Seis egípcios foram presos acusado de supostamente “promover desvios sexuais” . Os homens serão submetidos a exames na região anal antes do julgamento em 1º de outubro. A Anistia Internacional informa que a Autoridade de Medicina Forense submeteria os seis homens ao exame para investigar se eles mantiveram práticas sexuais tidas como homossexuais. As prisões fazem parte de uma medida de repressão contra homossexuais iniciada na semana passada.

Há alguns dias, um grupo de pessoas foi visto levantando uma bandeira de arco-íris em um show, em uma clara demonstração de apoio aos direitos LGBT. Vale destacar que a religião mais difundida no Egito é os islamismo e os muçulmanos são conhecidos por serem bastante conservadores em relação à sexualidade e à causa LGBT. No ato da semana passada, 11 pessoas foram detidas, de acordo com a Anistia Internacional e um homem chegou a ter seis anos de prisão decretada após ser acusado de apenas ter levantado a bandeira do orgulho gay durante a apresentação da banda libanesa  Mashrou’ Leilal (cujo vocalista é declaradamente homossexual).

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Fontes da justiça egípcia afirmaram que qualquer réu acusado de “devassidão” ou “desvios sexuais” (eufemismos para homossexualidade) serão submetidos a exame médico.

“Alegações de torturar ou insultar aqueles examinados medicamente são mentiras que não merecem resposta. Os exames são realizados por médico que jurou respeitar sua profissão e sua ética”, declarou uma fonte jurídica.

Para Anistia Internacional, a prática viola a proibição de tortura e outros maus tratos segundo a lei internacional.

“O fato de o Ministério Público do Egito priorizar a caça de pessoas com base em sua aparente orientação sexual é absolutamente deplorável. Esses homens devem ser libertados imediatamente e incondicionalmente – não colocados em julgamento”, afirmou Najia Bounaim, diretora de Campanhas para o Norte da África na Anistia Internacional.

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