O guia de turismo Heberson Ramires Valêncio, de 42 anos, estava preso por um ato de LGBTfobia, porte ilegal de arma, injúria e calunia. Morador da cidade de Bonito (MS), Valêncio, além do histórico criminal, alimenta também sua fama por outro fato, ele é dono de uma página no Facebook, “Papagaio do povo”, onde publica constantes notícias falsas, as famosas “fake news”. Além de ter seu apoio escancarado ao atual presidente Jair Bolsonaro, Heberson se declara como um influenciador ao bem do nosso país.
A revolta da vez ficou por conta da nomeação do Heberson, na última sexta-feira (09), ao cargo de diretor do Departamento de Promoção do Esporte, Símbolo DAS – 4, na Secretaria Municipal de Esporte da cidade de Bonito (MS). A nomeação foi dada pela decisão assinada do atual prefeito Josmail Rodrigues (PSB) no diário oficial (página 86). De prontidão, o movimento Mescla-MS (Movimento de Estudo de Sexualidade, Cultura, Liberdade e Ativismo de Mato Grosso do Sul) realizou a denúncia errônea da gestão atual da prefeitura em permitir um homofóbico em um cargo público.
O movimento também postou em suas redes sociais uma nota de repudio da nomeação, pois não se trata apenas de pontos esporádicos, mas sim, de todo um contexto de erros que precisam ter uma reparação, em que distorce muito sendo em um cargo na prefeitura municipal. Das declarações homofóbicas feitas na época que ele foi preso, ele distribuiu em grupos do WhatsApp a seguinte mensagem:
“Oh Irmão, é o seguinte, tô sabendo que tudo quanto é viado vai pegar esse tal coronavírus. É bom que essas pragas morram tudo queimado, antes do fogo do inferno que vai vir para a terra. Essas peste… essas pragas ruim!”.
A ficha criminal dele também traz ao total 7 páginas de ações voltadas a calúnia, difamação, desacato a autoridade, homofobia, posse ilegal de armas, até homicídio culposo (Quando não há intenção de matar). O “Rei das fake News” conforme também é conhecido, também é investigado pela polícia civil sobre suas publicações em sua página no Facebook por disseminar mentiras sobre o isolamento social na pandemia. O cargo que ele assumiu não tinha ocupante até fevereiro deste ano, entretanto, não justifica ele estar nesta cadeira do poder público.