Ex-garoto de programa de sucesso, tendo famosos entre os seus clientes, Alan Souza abandonou a antiga carreira, e passou a levar a vida como poeta. Natural do Rio de Janeiro, criado no Morro da da Serrinha, ele já gerenciou uma boca de tráfico de drogas, experiência que lhe deu quatro cicatrizes de tiros, e também atuou como soldado. Toda a sua trajetória agora será contada no documentário “Vidas Paralelas”, que deve ser lançado no ano que vem.
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Morando atualmente em Israel, com a esposa – uma oficial do exército – Souza contou em entrevista ao UOL, um pouco da sua conturbada história de vida. Após o episódio, que quase tirou sua vida por causa de uma rixa entre facções, o escritor foi morar em Salvador para tentar reconstruir a vida. Dentre os trabalhos que conseguiu, foi como o de serviços gerais em uma casa de massagem, que resultou no começo da sua atuação como michê.
“[A casa era] frequentada por políticos, juízes, jogadores de futebol entre outras pessoas de alto nível [social], era a casa mais famosa de Salvador”, lembrou. “Comecei a relatar histórias com meus clientes, a maioria [era formada por] homens casados, mas tinham muitos casais e mulheres também. A demanda era grande, tive que alugar um apartamento de luxo e comecei a ter sucesso na profissão”, explicou.
Com a alta demanda, Alan começou a receber interessados com fantasias sexuais, digamos, estranhas, como quando uma mulher pediu para que ele se fantasiasse e interpretasse o Sérgio Malandro. “Teve uma cliente que me pediu para eu atendê-la vestido como ele: boné virado para trás, bermudão, camisa e sapatos.”, descreveu.
“Ela pediu para que eu chegar na suíte do motel zoando e tudo, falando ‘rá, pegadinha do Malandro’ e ‘Glu -Glu ié é’. Já atendi também um rapaz que estava fantasiado de Homem-Aranha com uma fenda na parte de bunda”, continuou.
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Ainda quando atuava como profissional do sexo, Alan decidiu se enveredar para o campo da poesia. Hoje ele já tem mais de 50 textos escritos e um livro publicado sobre o seu período na prostituição, o “Mentiras e Farsas: Diário de um Garoto de Programa”.
Com retorno ao Brasil marcado para os próximos meses, o escritor pretende dar continuidade as filmagens do documentário, que relembra sua história de vida. Parte dos lucros arrecadados com o livro e o filme serão revertidos ao Grupo de Apoio a Criança com Câncer (GAC), como forma de homenagear a mãe, que morre vítima da doença há alguns anos.