Transfobia - Transsexual Jennifer do Santinho é assassinada em Florianópolis

A Transsexual Jennifer Célia Henrique (Jenni), de 38 anos
A Transsexual Jennifer Célia Henrique (Jenni), de 38 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

Jennifer Célia Henrique (Jenni), de 38 anos, foi encontrada morta pela polícia na manhã desta sexta (10) em um terreno nas proximidades do Angeloni dos Ingleses que fica situado perto da Praia do Santinho em Florianópolis onde a transsexual cresceu.

Segundo o delegado Nivaldo Rodrigues, titular da 8ª Delegacia de Polícia Civil dos Ingleses, o crime está sendo investigado pela delegacia de Homicídios e ainda não há suspeitos.

O corpo foi recolhido pelo Instituto Médico Legal (IML) e encaminhado para identificação oficial. O delegado preferiu ainda não se manifestar sobre o que pode ter motivado a morte de Jennifer. Uma fonte da polícia informou ao Jornal Conexão Comunidade que a cabeça tinha marcas de esganadura e lesões.

Segundo os amigos e pessoas próximas, Jenni era uma pessoa alegre, comunicativa e tinha muitos admiradores na Praia do Santinho, onde morava com a família. Era figura presente em todas as festas de carnaval no Norte da Ilha.

Delegado descarta crime de gênero

O delegado Ênio Mattos, titular da delegacia de Homicídios de Florianópolis, afirmou poucas horas após o corpo ter sido encontrado que a motivação do assassinato da transexual “foi uma transa mal acertada”. Segundo a Polícia Civil, Jennifer teria sido morta a pauladas. Questionado se o assassinato pode ter relação com a orientação de gênero da vítima, ele refuta a hipótese:

– Não tem nada a ver. Se tivesse a ver, não teriam levado para um canto escuro para matar. Mataram dentro de uma construção, com pauladas na cabeça. Foi uma transa mal acertada.

O delegado afirmou ainda que não tem suspeitos do crime e não sabe dizer se havia uma ou mais pessoas no local do homicídio. No momento em que falou com a reportagem, ele seguia para Itajaí tratar de outro caso.

Questionado sobre a identidade da vítima, Ênio se apressou em dizer que “Jennifer é o nome de guerra”. Depois, completou: “É um homem, não é mulher. É um homem”. A vítima se autodeclarava transexual, era tratada pela família e amigos como Jennifer e engajada em movimentos que defendem os direitos de homossexuais e transexuais.

O delegado-geral de Polícia Civil de SC, Artur Nitz, foi procurado para comentar as declarações de Ênio e a rapidez do investigador ao chegar a uma conclusão, mas não quis se manifestar sobre o assunto.

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