De todos os males que a pandemia do coronavírus nos trouxe desde o ano passado, podemos considerar o mercado digital como um dos poucos setores que cresceram em meio a tantas dificuldades, sendo este anteriormente pouco explorado pelos brasileiros. Devido a necessidade do isolamento social durante todo o período do novo coronavírus, a não possibilidade de ter as ‘saidinhas’ para shopping centers e lojas espalhadas pelas cidades, fez com que a forma de realizar as compras fosse vista de outra maneira.
Segundo a consultoria Ebit | Nielsen, mesmo com um aumento de 39% em 2020 comparado ao ano interior, evidenciamos que o e-commerce LGBTQIA+ no Brasil não é tão aproveitado como no exterior. Um mercado em que oferece grandes oportunidades de crescimento devido o segmento LGBT ter um grande potencial de compra, pode ser explicado pelo estilo de vida de seus consumidores. Em suma, segundo algumas pesquisas, grande parte deste público possui um poder aquisitivo considerável, visto que os gastos e prioridades são diferentes do público heterossexual, uma vez que não possuem tantos filhos, podendo destinar o dinheiro para outros investimentos atrelados a qualidade de vida e bem-estar.
Infelizmente, mesmo este mercado ofertando um leque variado de oportunidades para empreendedores online, ter LGBTs como público-alvo ainda é cercado de muito preconceito. Há uma sensação de visões estereotipadas do público externo, falta de compreensão sobre o verdadeiro conceito deste comércio eletrônico. A marca que pretende iniciar neste ramo precisa entender que o público mais colorido do Brasil não se contenta apenas com produtos modernos, há também uma exigência em incorporar a imagem do negócio com a nossa causa, modo de viver, comportamento e postura.
Recentemente, a Câmara LGBT lançou o primeiro programa de fornecedores diversos, que tem como intuito promover a diversidade na cadeia de suprimentos de micro, pequenas e médias empresas que possuem capital societário LGBT+ acima de 51%, visando contribuir com esta mudança do cenário que retratamos acima, trazendo representatividade em espaços que muitas vezes não eram possíveis. Se você for empreendedor, não tenha medo. Carregue essa causa consigo em todos os ambientes. Juntos podemos promover a diversidade e inclusão como vantagem competitiva nestes cenários de desvantagens no nosso país.
Eu sou o Maurício de Britto, colunista de políticas públicas na coluna Politizah (Clique aqui)!