Sem aviso prévio ou motivo aparente, o presidente Donald Trump enviou uma carta de demissão aos 16 membros que ainda atuavam no Conselho Consultivo Presidencial sobre HIV/Aids. O corte aconteceu na quarta-feira (27).
A relação do departamento e o governo já vinha estremecida há algum tempo. Em junho passado, seis representantes já haviam se desligado em protesto pela falta de investimento da gestão atual.
Gabriel Maldonado, um dos membros afastados na última semana, acredita que as “diferenças ideológicas e filosóficas” entre a administração e o Conselho podem ter sido o motivo para que houvesse as demissões. Ele citou ainda que funcionários do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, foram orientados a não usarem palavras como “diversidade” e “transgênero” nos relatórios.
“Eu era co-presidente do comitê das desigualdades. Muitas das minhas referências de advocacia e políticas cercavam populações vulneráveis, abordando a emissão de diversas comunidades, examinando especificamente os impactos da comunidade LGBT, ou seja, o impacto desproporcional do HIV e AIDS para as pessoas de cor, homens gays, mulheres transgêneros”, disse Maldonado ao The Advocate.
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Defensor de Trump, Jim Driscoll, afirmou que a medida adotada é uma prática padrão. “Agora eles precisam encontrar pessoas da comunidade de boa fé com conhecimentos adequados e a capacidade de se adaptarem às mudanças nas circunstâncias políticas”, explicou.
Cabe ressaltar que Donald Trump não nomeou o novo diretor de Política Nacional de AIDS e havia ameaça de cortes profundos no financiamento para programas nacionais e internacionais de combate à AIDS. O orçamento para o ano fiscal também encontra-se em aberto.
Vale lembrar ainda que as proclamações do presidente no Dia Nacional do Teste do HIV e no Dia Mundial da AIDS não mencionaram as pessoas LGBT. Procurado, o Departamento de Saúde e de Serviços Humanos da Casa Branca não comentou o assunto.