Neste domingo (27), durante a sua apresentação no Festival Lollapalooza Brasil, a drag queen Gloria Groove, se posicionou contra a tentativa do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de censurar as manifestações políticas dos artistas que se apresentaram no evento. Para afrontar a decisão do Ministro Raul Araújo, a intérprete de ‘A Queda’ usou um figurino todo cravejado em vermelho, com o número 13, em referência a Lula e sua sigla política (PT), representada pelo número.
“Será que a gente voltou no tempo? Será realmente que é isso que está acontecendo? Quer dizer que eles querem calar a gente? Censura em 2022 é o car*lho. Fora Bolsonaro“, disse a artista antes de emendar o hit “Coisa Boa“, sendo ovacionada pelo público.
Em tempo, durante a coletiva de lançamento do seu novo álbum “Lady Leste”, Gloria Groove falou sobre representatividade. “Minha experiência como Gloria Groove é sobre minha busca por protagonismo, por quem eu sou, por minha identidade. É muito importante que meu texto se comunique com a existência de pessoas LGTBQIA+ em lugares periféricos, em situações diferentes de quem tem mais oportunidades”, comentou Gloria na coletiva.
TSE proíbe manifestações políticas no Lollapalooza
Neste domingo (27), o ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral, atendeu o pedido do Partido Liberal (PL), nova sigla do Presidente Jair Bolsonaro, e proibiu todas as manifestações políticas no Festival Lollapalooza, que acontece neste final de semana.
Na petição solicitada pelo partido político, Pabllo Vittar é citada por sua apresentação no Festival, por fazer o sinal de L em referência a Lula inúmeras vezes enquanto a plateia xingava Bolsonaro, e por carregar uma bandeira com a estampa do ex-presidente. A cantora britânica Marina também foi mencionada na representação, por xingar o presidente.
Em sua decisão, o ministro do TSE entendeu que “A manifestação exteriorizada pelos artistas durante a participação no evento, tal qual descrita na inicial, e retratada na documentada anexada, caracteriza propaganda político-eleitoral”.
Ainda de acordo com a decisão do Ministro, a multa será de R$ 50 mil, caso novas manifestações políticas sejam enfatizadas durante as apresentações no evento. “A realização ou manifestação de propaganda eleitoral ostensiva e extemporânea em favor de qualquer candidato ou partido político por parte dos músicos e grupos musicas que se apresentem no festival”, afirmou Raul Araújo em sua decisão.