Dentro do acordo social em vigor, ter mamas faz parte da identidade feminina. Diferente da barba. Algumas culturas a impõe a todas as pessoas masculinas. Atitude que não é justa. Barba não é universal. Mas a presença de mamas é.
O estradiol, hormônio produzido pelos ovários, é o responsável pela presença delas. O início do desenvolvimento (telarca) é o primeiro sinal da puberdade feminina cis. As pessoas trans femininas, ao usarem este hormônio, também as desenvolvem.
O Desenvolvimento Mamário
É necessário lembrar que o tamanho das mamas depende de vários fatores. Eles não estão sob controle da pessoa interessada. Ou sob influência de atitudes médicas. Genética, peso, gestação são os mais frequentes. A quantidade de estradiol na corrente sanguínea não tem influência. Dito de outra forma, não adianta aumentar a dose de hormônios ingerida ou aplicada pensando em tamanho mamário.
O desenvolvimento é dividido em cinco estágios. O primeiro, a elevação das papilas na pré-adolescência. Mas nem todas as pessoas cis chegarão no 5º estágio. E o uso de estradiol e bloqueador de testosterona não vai além do 2º ou 3º estágios.
Neste contexto, o uso de próteses mamárias é uma opção. Está prevista na portaria 2803/2013, do Ministério da Saúde. Diversas decisões judiciais tem mantido a existência deste direito e o dever do Estado em cumpri-lo.
A Cirurgia
Alguns detalhes cirúrgicos são diferentes entre pessoas cis e trans. Mas os cuidados antes e depois da cirurgia tendem a ser os mesmos. Muitos cirurgiões solicitam mamografia antes do procedimento. Após é necessário um período de repouso dos braços. O auxílio de uma outra pessoa para atividades comuns (tomar banho, escovar dentes, alimentar) pode ser desejável e necessário.
Não há nenhuma evidência de evoluções diferentes entre pessoas cis e trans. Ou nas complicações. Ou nos riscos. Sempre bom lembrar que não há maior risco de câncer de mama por conta de implantes cirúrgicos de próteses mamárias.