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Solidariedade, não agressividade, é chave para sobrevivência

Os moradores foram despejados na última quarta-feira (10) (Foto: Revista CULT/Divulgação)
Os moradores foram despejados na última quarta-feira (10) (Foto: Revista CULT/Divulgação)

É conhecida a história de que a teoria da evolução das espécies seria válida para os seres humanos, no quesito “sobrevivência dos mais aptos”. Segundo Hélio Schwartsman, colunista da Folha de S. Paulo, aplicar esta teoria na economia e sociologia não tem base científica. É apenas um recurso ideológico para justificar, ou legitimar, diferenças entre as pessoas: cor, situação social, desenvolvimento tecnológico… E se esta proposição fosse aplicada às pessoas LGBTQIAPN+?

Tentativas não faltam. Só que as suas autorias não conheciam o darwinismo social… Quando afrontam o segmento com a ideia de que pessoas homoafetivas não se reproduzem sexualmente, este ovo de serpente está lá. Quando políticos manobram para caçar direitos estabelecidos, ou impedir a vigência dos que ainda faltam, o embrião da cobra está lá…

Na sua coluna, Hélio fala do livro publicado pela primeira vez em 2020, “a sobrevivência dos mais amigáveis”. O casal que o assina defende hipótese diversa. Espécies antecessoras da nossa, e semelhantes (como alguns macacos), foram extintas não porque eram menos aptas. Foram porque lhes faltou comunicação intencional e cuidado mútuo. Quando alguém comunica, de forma intencional e racional, com outro alguém é possível fazer parceria, combinar auxílio mútuo. Essa habilidade permite a vida em grupos progressivamente maiores.

Há outra característica necessária: a capacidade de autodomesticação. Ou seja, a espécie humana vai eliminando as pessoas mais agressivas. Estas lutam contra o agrupamento, contra a união em prol de todas as pessoas do grupo. Interessante que em espécies de símios, os indivíduos com maior agressividade tem menor sucesso reprodutivo.

A comunicação é um processo complexo. Existem as palavras, a entonação, o contexto, as expressões faciais e corporais. Seres humanos, com os cinco sentidos intactos, conseguem se comunicar de forma eficaz através dessa complexidade. Outros primatas não.

Sendo esta visão a que melhor se aproxima da realidade, o que a comunidade LGBTQIAPN+ ganha? A informação que a colaboração mútua, as alianças em prol do bem do grupo, a comunicação eficaz entre todo o grupo e o suporte mútuo são ferramentas realmente úteis para o enfrentamento de preconceitos e LGBTQIAPN+fobias.