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Ramiro de Terra e Paixão, Amaury Lorenzo revela agressão no passado por homofobia estrutural: "Me deu um tiro nas costas com pistola de chumbinho"

Intérprete de Ramiro revelou ter frequentado aulas de balé durante a sua infância

Amaury Lorenzo
O ator Amaury Lorenzo (Foto: Divulgação)

O ator Amaury Lorenzo, de 38 anos, que interpreta o peão Ramiro na novela Terra e Paixão, da TV Globo, revelou ter sofrido homofobia durante a sua infância por conta de seu gosto em praticar balé clássico. Em entrevista à Caras, o galã da trama de Walcyr Carrasco disse ter sido vítima de comentários preconceituosos por pessoas mais velhas e relatou ter levado um tiro de pistola de chumbinho de um colega por ter frequentado aulas de balé clássico ao lado de meninas.

“Me lembro um dia, com 9 anos, saindo da escola de balé clássico com minha sapatilha preta pendurada no ombro, ouvi alguém dizendo ‘ei viadinho!’. Quando viro, eram duas mulheres com uns 30 anos”, relembrou o artista.

Amaury Lorenzo também revelou ter sofrido agressão de um amigo com uma arma de chumbinho, somente por ter sido aluno de uma turma de balé e enfatizou o preconceito enraizado ainda presente na sociedade.

“Um garoto falou: ‘Amaury, olha o que quem faz balé merece’ e me deu um tiro nas costas com uma pistola de chumbinho de matar passarinho. Fez um buraco nas minhas costas. Aquele meu amigo, que me deu um tiro nas costas porque eu dançava balé clássico, estava sendo preconceituoso no seu limite, mas ele estava sendo atravessado por um preconceito estrutural que nem ele se dava conta. Voltei para casa com crise de choro e meus pais me apoiaram”, relatou ele.

Ainda em seu depoimento, o intérprete de Ramiro destacou a importância da representatividade de seu personagem diante dos milhões de lares brasileiros que sintonizam a novela da TV Globo. “Dei esses exemplos entre muitos outros que tenho para que entendam que Kelvin e Ramiro não são caricatos, eles são reais. E para que entendam a dimensão desses personagens, porque os atores, por suas escolhas profissionais, também foram atravessados por todo esse preconceito”, completou Amaury Lorenzo.