LANÇAMENTO

Transciclopédia: ONG Arco lança site que reúne histórias e narrativas de pessoas trans brasileiras

A iniciativa tem por objetivo amplificar as vozes e narrativas trans, combatendo a invisibilidade

Transciclopédia
Transciclopédia (Divulgação)

A ONG Arco, uma Organização da Sociedade Civil focada na promoção e garantia dos direitos da comunidade LGBTQIAP+ e Negra de sediada em Jaboatão (PE), criou um site para mapear, unir e visibilizar histórias de pessoas Trans brasileiras. A “Transciclopédia” tem como principal objetivo amplificar e honrar as trajetórias, narrativas e vivências das Pessoas Trans no Brasil, combatendo a invisibilidade enfrentada por essa população. O Lançamento será realizado na próxima sexta (26), durante o VI Fórum da Visibilidade Trans de Jaboatão dos Guararapes, que acontecerá na UNIFG – Campus Piedade, das 8h às 12h.

Embora tenham estado à frente de lutas fundamentais para o movimento LGBTQIAP+, as questões da população Trans têm sido reiteradamente invisibilizadas dentro e fora dos movimentos de minorias sexuais”, afirmam as pessoas organizadoras. Com o projeto lançado no mês da Visibilidade Trans, a ONG Arco busca contribuir para a transformação desse “cenário de apagamento”.

— Buscamos criar um ambiente verdadeiramente inclusivo, que possa retratar a diversidade e pluralidade de experiências Trans, destacando as narrativas dessas pessoas de forma a considerar também outros marcadores sociais como raça, classe, território, etnia, entre outros. A ideia é romper com o padrão de narrativas unidimensionais, quase sempre focadas em violência, e oferecer um espaço onde histórias de alegria, conquistas e sucesso também possam ser contadas  —  afirma Carlos Santos, presidente da ONG Arco.  

A plataforma, que é gratuita, permite realizar a busca de perfis através do nome. Além da busca individual, também é possível encontrar um acervo repleto de personalidades, categorizadas a partir de diversas áreas de atuação, como por exemplo saúde, política, educação, entre outras. Já estão presentes nomes como a Deputada Federal Érika Hilton e João W. Nery (1950-2018),reconhecido como o primeiro homem trans a realizar uma cirurgia de redesignação de gênero no Brasil.

Renato Maciel, que é um homem trans e psicólogo voluntário na Arco, fala sobre a finalidade da plataforma Transciclopédia: “Ela vem para documentar a vida, a vida real da comunidade trans, especialmente no mês de janeiro. Queremos dar voz a essas pessoas, mostrando suas vidas como elas realmente são, e não apenas como frequentemente são retratadas em outras redes e plataformas – focadas em histórias trágicas de mortes, assassinatos e suicídios. Nosso objetivo é destacar a vida cotidiana, as experiências diárias que vivemos e que merecem ser reconhecidas e documentadas.”


A iniciativa não se encerra no lançamento, segue aberta para a inclusão de novos perfis e quem quiser enviar sugestões, basta acessar o site na página “Como participar”. O objetivo, segundo a ONG Arco, é produzir um acervo vivo que se atualize colaborativamente no tempo e na história, ampliando cada dia mais o espectro de representatividade Trans na contemporaneidade.