Reflexão

Sobre o esmagamento das diferenças humanas

O desafio de descolonizar conceitos quebradiços

Diversidade
Diversidade (Foto: Reprodução)

No contemporâneo, temos assistido à naturalização de discursos que exalam a negação explicita das singularidades do outro como alguém com direito a existir, num desejo, por vezes, de cimentar às diferenças humanas. O assustador, neste contexto, é evidenciar uma sociedade que não se espanta com tais manifestações de barbárie, percebe-se que há, institucionalizado, um terreno fértil para excreções morais, insufladas frente a comunidade LGBTQIA+, segmento potente em lutas pela igualdade de oportunidades, pelos direitos ementares a própria dignidade humana.

Fica evidente que alguns segmentos sociais, por esgotamento de pautas e por colonizações de “conceitos empoeirados”, fincados numa ideologia segregadora, tomam por luta de extermínio, numa dimensão de bodes expiatórios, a comunidade LGBTQIA+, justificando a generalizada crise de esgotamento moral enraizada nestes segmentos excludentes que discursam como justificativa, para o sequestro de direitos, a já decadente “decência moral”.

Minha preocupação se volta, de fato, a percepção do quanto estamos primatas no sentido de respeitar a diversidade, e no âmbito do entendimento de que urge a compreensão que cada ser humano se constrói legítimo, por isso não deve ser tratado como alguém que virou isso ou aquilo, ele simplesmente é, existe, e tem o direto de ser presença no mundo.

Observo assim, que viver a máxima da comunidade LGBTQIA+, é um ato de coragem, de resistência, de celebração da vida, e ainda, da constância da boa luta, onde respeitar a condição do outro como legítimo outro é mostrar, por exemplo, que você, leitor desse texto, não caiu na vala da mediocridade, na qual ainda persistem, pessoas governadas pela crença limitante de viver nesse mundo negando à diversidade humana e tomando para si a barbárie em decidir quais vidas importam, o que me oportuniza recordar de uma costureira famosa, vizinha de bairro, em uma das cidades onde morei, dizia a sábia senhora: “Quem não gosta de gente, mas de gente de verdade, como elas são, que fique bem longe de mim”.

Pedagogo. Filósofo. Psicopedagogo. Sociólogo. Especialista em Direitos Humanos. Especialista em Comunicação na Pós-Modernidade. Mestre em Políticas Públicas. Doutor em Educação. (Contatos: E_mail: [email protected] Instragram: @rodrigo.smolareck)