Com a nova geração Z mais aberta para a diversidade, e millenials de todo mundo sedentos pela simplicidade do passado, a franquia X-Men não precisa mais esconder o discurso de inclusão social que a fez bem-sucedida.
O que ser mutante tem a ver com sair do armário?
Imagine um grupo de pessoas perseguidas por serem como são. Agora, imagine-as relegadas à margem da sociedade por causa de seu código genético.
Se parece como qualquer minoria de que você tenha ouvido falar, talvez por isso que a franquia X-Men tenha achado seu público tão rapidamente.
É claro que gostar de X-Men não é exclusivo para quem gosta de outra fruta, mas também é difícil não se identificar com a trajetória dos X-Men quando ela tem tantos pontos em comum com a assunção da identidade sexual numa sociedade tacanha.
Com a estreia de X-Men 97 no último mês de março, enfim colou a aposta clássica da Disney: apelar para a nostalgia.
Tem para todos os gostos
Se a estética final-dos-anos-80 não te pegar, a série tem muito mais a oferecer: a dinâmica entre as personagens é divertida e lembra uma família.
Além disso, a animação não tem medo de visitar temas mais complexos, lidando muito bem com a delicadeza que necessitam.
Talvez a comunidade queer tenha uma síndrome de Peter Pan, e essa estratégia seja exatamente o que queremos, mas os pontos em comum de um mutante médio e um queer real são bastante notáveis.
Sucesso de crítica e de audiência desde o lançamento, a série de animação é uma lembrança de que o gênero de herói ainda não deu o último suspiro.
Deu na mídia
A crítica até comparou a série dos mutantes com a novela Renascer, que ficou pra trás em sua própria categoria. E, aqui no portal, já se falou bastante sobre a relação entre LGBTQIA+s e os X-Men, que trazem pra nossa sopa de letrinhas a letra que faltava.
Lá nos idos de 2020, os fãs da franquia fizeram camapanha para a atriz trans de “Pose“, série de sucesso sobre Vogue, fizesse parte do elenco do próximo filme live-action . Além disso, o interesse nos personagens LGBTQs dos quadrinhos, antes relegados a edições especiais pouco frequentes, aumentou bastante por parte dos fãs de ocasião, em especial desde que a HQ dos Vingadores, cuja capa mostrava um beijo gay, causou uma pequena bolha de inflação.
Depois do lançamento da série de animação, continuação do desenho original “X-Men: The Animated Series” (1992-1997), cuja estreia foi mês passado, todo episódio vira notícia nos blogs de crítica de TV.
Justiça para Tempestade
Mas um dos episódios da continuação chamou bastante atenção do público. Em um capítulo digno de nota, Tempestade, a rainha dos raios da África que compõe o grupo, tem que lutar contra uma força sombria que dá voz a todas suas inseguranças.
O episódio vale a pena porque nos lembra de que externar nossos medos não é exclusivo dos LGBTQIA+s, já que toda minoria tem lá suas batalhas para lutar.
A série tem episódios novos toda quarta-feira no Disney+ e vale conferir não somente porque é um clássico que retorna, mas também porque a franquia tem muito a dizer sobre pertencimento, identidade e a família que escolhemos.