A bissexualidade é definida como a atração sexual e afetiva por mais de um gênero
Enquanto mulheres bissexuais são fetichizadas, os homens que se identificam como bi são lidos como “gays que ainda não saíram do armário” por muitos. Nesse caso, o que homens e mulheres têm em comum é a invalidação da sua orientação sexual.
É comum que bissexuais escutem, ao se assumirem, que eles só estão confusos, com medo de se declararem homossexuais ou passando por uma fase, e logo vão “se decidir” sobre gostar de pessoas do mesmo gênero ou do gênero oposto.
Quando uma pessoa bissexual está em um relacionamento com alguém do gênero oposto, ela não passa a ser heterossexual, assim como não passa a ser homossexual ao se relacionar com uma pessoa do mesmo gênero. Bissexuais continuam sendo bissexuais independente da relação sexual ou afetiva que estejam vivendo.
Porém, isso não é verdade. A bissexualidade existe, e é sim possível sentir atração sexual e afetiva por mais de um gênero. Ao pensar que uma pessoa bissexual “ainda não se decidiu”, você está negando a bissexualidade.
Bissexuais são capazes de se atrair por pessoas trans, não-binárias (que não se identifica com os gêneros masculino e feminino) e de qualquer outra identidade de gênero.
Como já citado no começo do texto, é comum que homens bissexuais sejam encarados como gays que ainda não tiveram coragem de se assumir. A bissexualidade das mulheres também é invalidada quando não as levam a sério simplesmente por fetichizarem suas relações com outras mulheres.
Apesar da invalidação de maneiras diferentes para homens e mulheres, a raiz é a mesma: o machismo, que sexualiza mulheres e dá origem à masculinidade tóxica. Homens e mulheres bissexuais existem e a sua orientação sexual deve ser respeitada, e não questionada.
Não são só pessoas heterossexuais que invalidam a bissexualidade. O estereótipo de que o bi tem mais possibilidades de trair também ocorre na comunidade LGBT. Por isso, é importante falar sobre isso evitar o preconceito.
Como a sociedade pode contribuir com a visibilidade bissexual? Primeiramente, é preciso desconstruir os preconceitos internos e externos para que possamos tirar a invisibilidade desse segmento. É fundamental ampliar os espaço de discussões na escola, no trabalho, no grupo de amigos e principalmente na família.
Vale destacar que todo mundo tem o direito de ser quem é e a sociedade tem a obrigação de respeitar a identidade de cada um. Faça a sua parte: se informe e se abra para o diálogo, sem julgamentos desnecessários e crenças preconceituosas.
O colunista Fábio Alves além de ser psicanalista ele é pós graduado em sexualidade, psicanálise, terapia de casais e família, TCC e tem um quadro na Rádio Tropical fm 91,5 do RJ todas as segundas às 10h. Você também pode encontra lo no Instagram @fabiopsicanalista