Travesti de Araguaína morre depois de ser brutalmente agredida

Vitória Castro, de 36 anos, morreu após ser brutalmente agredida, em Araguaína
Vitória Castro, de 36 anos, morreu após ser brutalmente agredida, em Araguaína (Foto: Arquivo Pessoal)

Morreu, na noite da última segunda-feira, 10, no Hospital Regional de Araguaína, a travesti Vitória Castro, de 36 anos. Ela estava internada desde o dia 6, quando foi brutalmente agredida no setor Entroncamento. Segundo o HRA, a paciente teve edema e hemorragia cerebral causados por múltiplas fraturas no crânio. Vitória foi sepultada nesta quarta-feira, 12, no Cemitério São Lázaro.

De acordo com a Defensoria Pública do Tocantins, várias providências tiveram que ser adotadas para garantir um enterro digno a Vitória, cujo nome civil era Marclei de Sousa Lima. Primeiro, o órgão solicitou um Alvará Judicial para que fosse possível a identificação e liberação do corpo da travesti. Segundo a DPE, Vitória era usuária de drogas, vivia em extrema situação de pobreza e no dia do crime, não foi encontrado com ela nenhum documento pessoal.

A Defensoria informou ainda que teve acionar o poder público para viabilizar um auxílio funeral à vítima. Como a família de Vitória não tinha condições de comprar o caixão, a urna funerária foi doada pela Prefeitura de Araguaína por meio da Funamc – Fundação de Atividade Municipal Comunitária. A demora, porém, acabou impossibilitando a realização do velório. “Mesmo após conseguir que o judiciário provesse todos os nossos pedidos, por questões burocráticas e de tempo, como o corpo não estava mais em condições, a Vitória foi enterrada sem um período, como é costume na nossa cultura, de velório”, afirmou o defensor público Sandro Ferreira.

Ferreira afirmou que a Defensoria está acompanhando as investigações sobre o caso e não descarta uma possível motivação homofóbica para o crime. “Os fatos que aconteceram com a Vitória retratam bem a tragédia que essas pessoas vivenciam, em que o pobre é excluído dos serviços públicos. Sofre um preconceito ainda maior quando é uma pessoa que assume sua identidade de gênero diversa do “tradicional”. Ela foi espancada quase até a morte, vindo a falecer no hospital. Quando ela faleceu, novamente o Estado não foi capaz de dar um atendimento digno a ela”, declarou.
Fonte: Rede Tocantins de Noticias

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