Novas informações sobre a morte da estudante de Artes Visuais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Matheus Passareli, também conhecido como Matheusa, violentamente assassinada na comunidade do Morro 18, foram divulgadas pela polícia.
De acordo com o G1, os policiais acreditam que Matheusa saiu da festa, para a qual foi contratada para fazer uma tatuagem, e chegou à comunidade completamente nua, aparentemente em um surto, pois falava coisas desconexas, e foi “julgada” em um tribunal feito por traficantes.
“Ele foi levado aos traficantes para tentar explicar ali o porquê da situação e não conseguiu se defender ao ponto de ser liberado. E o mataram sem qualquer justificativa (…)Ele foi julgado, tentou se defender, mas segundo moradores ele continuava falando as frases desconexas. Ele não tinha consciência de que ele estava passando por um ‘tribunal’ e, por essa razão, foi morto”, explicou a delegada Ellen Souto, da Delegacia de Paradeiros ao RJTV.
LEIA MAIS:
Candidata ao Miss Bumbum deixa concurso em protesto contra concorrentes trans
Jovem brutalmente agredido em Fortaleza diz que violência teve motivação homofóbica
A polícia ainda investiga se o corpo da estudante foi queimado. “O corpo do Matheus não foi encontrado. Nós acreditamos que ele tenha sido efetivamente incinerado, mas as investigações prosseguem para saber o que aconteceu dentro da festa, o que motivou esse surto e chegar à autoria do crime”, disse a delegada.
Ativista LGBT, Matheusa se identificava como não-binária, apesar de preferir ser tratada no feminino e estava desaparecida desde o dia 29, e teve a morte confirmada no domingo (06). Matheusa era natural de Rio Bonito, município a 77 km da capital Rio de Janeiro, onde se mudou junto com a irmã para cursar a universidade. As duas foram as primeiras da família a cursar o ensino superior.