A hashtag e o título do disco de Diego Moraes, que sai em todas as plataformas digitais agora – “#ÉqueEuAndodeÔnibus”- não significam uma certa assinatura hipster ao trabalho que flerta do pop ao jazz do artista do interior de São Paulo. Por andar de ônibus veio a expansão reflexiva nas letras de Diego de um trabalho de riqueza harmônica e melódica incomum desde que surgiu como um dos finalistas do reality Ídolos, em 2009.
Diego estava justamente andando de ônibus em Campinas, perto de sua cidade natal Santa Bárbara D’Oeste, quando ouviu uma senhora contar a perda do marido, vítima de câncer. Seu ouvido começou a ficar mais atento à cada jornada de ônibus e aquilo virou uma espécie de terapia, que convertia em textos ricos.
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Sua música abre um leque que vai da MPB de Elis Regina e Gal Costa, que a mãe cantava enquanto lavava roupas no tanque, ao sertanejo de raiz, preferência do pai, mas composto sobre uma estrutura que caminha mais para o improviso do jazz, o que dá a correta teatralidade às letras já mencionadas.
“Muderno”, o primeiro single, é um bom exemplo disso. “Olho muito para o céu/É que ando muito de ônibus/Bebo no copo de requeijão/Combino terno e chinelo(…)” abre a canção na pegada teatral mencionada, quando trombone (de Milton Bonny), sax (Tercio Guimarães), bateria (Jean Michell), guitarra e teclado (Edu Capello) brincam com jazz, blues e soul em três minutos encantadores. Não à toa a música superou 400 mil views no YouTube.