Funerária se recusa a cremar corpo de homem ao descobrir que ele era gay

Robert Huskey, à esquerda, e o marido, John Zawadski.  Foto: John Gaspari/Lambda Legal via AP
Robert Huskey, à esquerda, e o marido, John Zawadski. Foto: John Gaspari/Lambda Legal via AP

Preconceito até depois da morte

Quanto tempo dura o preconceito? Para algumas pessoas, infelizmente até depois da morte.

O  caso aconteceu em Mississipi, nos EUA, o americano John Jack Zawadski está processando a funerária Picayune porque a empresa teria se recusado a cremar o corpo do marido dele, Robert Huskey, ao descobrir que ele era homossexual.

De acordo com o processo, registrado por Zawadski e seu sobrinho, em maio de 2016, a funerária descumpriu um acordo verbal de fazer os ‘serviços finais’ de Robert justificando que a empresa “não lidava com o tipo dele”. O homem está sendo representado legalmente pela Lambda Legal, uma organização não-governamental que luta pelos direitos da população LGBT.

A funerária disse ao sobrinho de Zawadski que o corpo de Robert seria buscado e cremado por US$ 1.795,00 e que a documentação seria feita após o serviço, de acordo com o processo. Porém, quando Zawadski preencheu um formulário se identificando como o marido de Robert, a companhia recusou-se a fazer os serviços.

A recusa agravou o sofrimento da família, que teve de buscar outras alternativas de última hora – o único outro crematório que encontraram era a 90 quilômetros de distância, de acordo com os documentos registrados na Justiça. Como a cremação mudou de lugar, Zawadski teve de cancelar um memorial que faria em homenagem a Bob.

“Eu senti como se o ar tivesse sido tirado de mim. Bob foi a minha vida, e nós sempre nos sentimos tão bem-vindos nessa comunidade. E agora, num momento de tanta perda e dor, alguém fazer o que eles fizeram comigo, comosco, com o Bob, eu não consigo acreditar. Ninguém deveria passar pelo que passamos”, disse Zawadski num comunicado.

Henrietta Brewer, que é dona do funeral junto com Ted Brewer, “nega que tenha falado as palavras ‘lidar com o tipo dele’ para qualquer pessoa” e disse que “a funerária Picayune nunca se recusou a providenciar serviços funerários baseado na orientação sexual”.

A família quer, com o processo, ser indenizada por danos emocionais e por quebra de contrato. Nos Estados Unidos, não há uma lei federal que trata especificamente sobre a discriminação para pessoas LGBT.

Fonte: Associated Press

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