Novo clipe de Nego do Borel é alvo de críticas dos LGBTs e cantor se defende: "Sabia que poderia ser polêmico"

O cantor Nego do Borel, no clipe de Me Solta
O cantor Nego do Borel, no clipe de Me Solta (Foto: Reprodução)

Desde que foi lançado nesta segunda-feira (09), o mais novo clipe do Nego do Borel, intitulado “Me Solta” vem dividindo opiniões nas redes sociais, por contar com uma cena na qual o cantor protagoniza um beijo gay com o modelo Johnathan Nobal. Membros da comunidade LGBT questionaram a produção sobre a falta de representatividade, reforço a estereótipos e misoginia.

Dentre os internautas que criticaram o vídeo, o rapper Rico Dalasam disse que a interpretação de Nego “idiotiza” a imagem dos gays afeminados que está presente em favelas. “Que o Nego do Borel faça o que ele quiser com a cara dele, mas que a idiotização a qual ele se presta não venha atravessar as verdades construídas diariamente por tanta gente, visíveis e invisíveis!”, afirmou.

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Os youtubers Murilo Araujo e Spartakus Santiago argumentaram que o funkeiro utilizou da imagem de um personagem homossexual para fazer “piada”. “A bicha preta afeminada sempre foi motivo de piada. Se vestir de bicha preta e fazer mais piada ainda não é representatividade e nem empoderamento. Empoderamento é colocar quem sempre foi silenciado numa situação de poder. De respeito. Empoderamento é ver Liniker e Linn da Quebrada fazendo turnê pela Europa. Não é ver hétero apoiador de candidato homofóbico se fantasiando de bicha preta pra lucrar com pink money. Isso só empodera seu direito de rir da gente”, disparou Spartakus completando com um trecho da música “Bicha preta” da MC Linn da Quebrada. 

“Eu até concordaria com a ideia de que Nego do Borel tá atrás de pink money se ele ainda tivesse pagando de aliado progressista desconstruído nesse vídeo. Mas nem isso, ele tá só de deboche com a nossa cara mesmo é homofóbico e é misógino”, analisou Murilo.

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Diante da repercussão negativa, o músico rebateu as críticas em entrevista ao jornal Extra na qual disse que já esperava que a produção pudesse ser alvo de alguma problematização. “Quando eu decidi fazer esse clipe sabia que poderia ser algo polêmico, mas fui em frente. A Nega da Borelli é uma personagem que, pra mim, representa a liberdade de ser quem eu sou”, defendeu.

Nego ainda completou afirmando que ao se travestir no vídeo, não teve a intenção de ofender. “Reencarnei uma personagem que fazia há tempos para lembrar de forma bem-humorada que as pessoas são livres para escolherem o que querem ser. Eu comecei a interpretá-la em casa mesmo, brincando com minha mãe. Depois, comecei a fazer para meus amigos. Sempre foi uma brincadeira. Acredito que o respeito ao outro tem que estar acima de tudo.”

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