PAIZÃO

Thales Bretas fala sobre os desafios de ser pai solo de dois: "Orgulho do pai imperfeito que sou"

Thales Bretas com os filhos gêmeos, frutos do casamento com Paulo Gustavo - Reprodução/Instagram
Thales Bretas com os filhos gêmeos, frutos do casamento com Paulo Gustavo - Reprodução/Instagram

Thales Bretas, de 36 anos, comemorou mais um Dia dos Pais neste domingo (11/08), ao lado dos filhos Gael e Romeu, de quatro anos, frutos do casamento com o ator e humorista Paulo Gustavo (1978-2021). O médico tem enfrentado os desafios da paternidade solo desde que perdeu o marido.

Apesar de contar com toda uma rede de apoio tanto da sua família quanto dos familiares do artista, o dermatologista encara a missão de frente. “Meu maior desafio é me sentir o único grande responsável pelas decisões e molde de dois menininhos tão cheios de vida. É muito difícil não ter alguém para trocar, para te ajudar, mesmo que seja com uma opinião contrária. Alguém para dividir a atenção, o carinho e a troca da parentalidade”, explicou em entrevista ao portal GShow.

“Tenho rede de apoio, me dou muito bem com os avós e as tias que amam muito Romeu e Gael, mas tenho a solidão de uma parceria idealizada (e vivida por um tempo) com a qual não posso mais contar”, acrescentou.

“Sou superexigente comigo, mas também sei que sou muito fraternal, responsável e cheio de amor para dar. Então acho que, no geral, estou desempenhando um bom papel, e apesar das dificuldades de ser um pai solo de dois, tenho orgulho do pai imperfeito que sou”, observou.

Há cinco anos, Thales vivi a paternidade, mas as mudanças no papel são permanentes. Cada ano dos filhos, ele se vê tendo que aprender e ensinar coisas novas. “É uma transformação constante, uma metamorfose. Todo dia revejo minhas prioridades, meus hábitos de vida, nossa alimentação, a rotina da casa. Me adapto para ser melhor por eles, para ser um exemplo, e, ao mesmo tempo, um pai próximo, um aconchego, um acalento”, analisou.

“Não quero ser o pai herói perfeito, quero ser justamente um ser humano como eles, em construção conjunta, que erra tentando acertar, mas reconhece seus erros, se desculpa e se concentra em acertar nas próximas oportunidades. Um amigo, um consolo, e não só um pai que precisa ver o filho 100% do tempo feliz e sorridente. Hoje me sinto menos egoísta, estou em terceiro lugar na minha lista de prioridades”, afirmou.

“Ressignifiquei o prazer hedonista de autossatisfação. Hoje meu prazer é ver meus filhos felizes, satisfeitos e se transformando em duas pessoas de bem. Ressignifiquei também expectativas e a minha própria concepção fantasiosa do que é ser pai, que é algo muito mais complexo do que qualquer pessoa possa imaginar antes de viver”, reforçou.

O profissional de saúde também falou sobre a saudade que sente de Paulo, que morreu em decorrência de complicações da Covid-19, quando os gêmeos tinham apenas 1 ano de idade e contou que conversa com os pequenos sobre a partida do amado, respeitando a maturidade dos filhos.

“Falo que o luto é um processo intenso de transformação, que tem início bem demarcado e um percurso de muitos altos e baixos, mas infelizmente não tem fim. Essa é a nossa história, e para sempre carregaremos essa cicatriz do que é mais irreversível na vida, a morte. Converso com os meninos sobre o Paulo com muito carinho e amor, relembrando o grande pai que ele foi, o ser humano gigante que, comigo, planejou e amou muito os dois. Mas sempre respeitando a maturidade emocional e o limite de duas mentes de 5 anos, em formação, que ainda não tem uma concepção madura de tudo isso que aconteceu conosco”, detalhou.

Na sequência, ele explicou que por serem filhos de uma estrela tão amada pelo grande público, ele busca preservar os herdeiros. “Eles percebem, e por ser uma grande dificuldade pra eles, tento preservá-los da exposição ao máximo. Por isso, evito ficar postando fotos ou momentos íntimos. Acho que, em algum momento da vida, vão poder escolher se querem ou não esse caminho da fama”, ponderou.

“Entendo que é carinho, que a abordagem é cheia de boas intenções, mas eles acabam perdendo o senso de interação saudável que estão começando a criar. Por hora são crianças, querem brincar e interagir com os outros de forma natural, singela, típica da idade deles. Sempre explico nossa história, e a grande estrela que foi é o Paulo Gustavo, pai deles, mas quero que eles possam também usufruir do que toda criança pode, que é o brincar despretensiosamente e leve”, continuou.

“Sendo pai solo, e tendo o privilégio de poder cuidar da minha agenda, me preocupo em adequá-la aos horários deles, reservando momentos inegociáveis como café da manhã, ida para escola e o fim do dia, momento de deitar. Coloco eles em prioridade, mas também cuido de manter minhas paixões e compromissos importantes para que eles possam me admirar também como ser humano e médico, com uma vida que me motiva e me mantém realizado profissionalmente”, finalizou.