ENTENDA

Sob risco de multa, André Valadão afirma que não falará mais sobre gays

Ministério Público Federal pediu que líder religioso pague R$ 5 Milhões por danos morais à comunidade

André Valadão - Reprodução/Instagram
André Valadão - Reprodução/Instagram

Sob risco de ser condenado na Justiça por dizeres contra à comunidade LGBTQIAPN+, André Valadão, de 46 anos, afirmou que não abordará mais temas relacionados à homossexualidade. A declaração foi dada durante entrevista a Alex Passos, no Podcast do Balaio.

“Hoje, falar coisa de gay, não falo mais. Não vale a pena, dá preguiça. […] Outra que não respondo mais é política. Não falo mais. As pessoas não conseguem… eu sempre soube separar. Eu separo muito bem política da igreja. Hoje não falo mais nada, não quero nem saber, nem moro no Brasil”, disparou.

Durante o papo, o pastor foi questionado se ele odeia os homossexuais. “Nunca na minha vida, cara. Como é que odeio gay?”, questionou. “Essa palavra foi muito necessária e graças a Deus que eu preguei essa palavra. Não preciso pregar nunca mais, já foi dito. Já está lá, é só assistir: eu vou trazendo aspectos do que a Bíblia diz a respeito, da importância de a gente ter esse cuidado com os nossos filhos. Deixem as nossas crianças em paz. Não mexe nesse assunto com as crianças. Criança não sabe a hora de dormir, como é que você quer que ela defina sexualidade?”, acrescentou, referindo à série Deus Odeia o Orgulho.

“Toda essa questão do [título] ‘Deus odeia o orgulho’ é porque Deus odeia o orgulho mesmo. Está na palavra, de todos os tipos. É uma realidade. A gente sabe da diferença do homossexual e do militante. […] Se você conversar com algumas pessoas… eu conversei com milhares que não são militantes, concordando com o que foi dito”, afirmou.

A declaração vem cerca de um ano depois do Ministério Público Federal (MPF) requerer à Justiça que o líder religioso seja condenado a pagar R$ 5 milhões por danos morais coletivos devidos aos discursos de ódio direcionados à população LGBTQIA+.

Em uma ação civil pública, o órgão também solicitou a remoção imediata dos vídeos que contêm tais declarações, os quais estão disponíveis no YouTube e Instagram. Embora as plataformas tenham sido notificadas extrajudicialmente, elas não removeram os conteúdos.

Vale destacar, que durante as celebrações do Orgulho LGBTQIAPN+, que ocorrem no mês de junho, Valadão fez declarações discriminatórias que ofenderam a honra e a dignidade das pessoas homoafetivas. Além de instigarem seus seguidores a cometerem atos violentos contra pessoas LGBTQIA+.

Segundo o Ministério Público Federal, a pregação extrapola os exercícios da liberdade religiosa e da liberdade de expressão.