A atriz Marina Mathey, conhecida por sua atuação premiada no Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Atriz Coadjuvante em 2022, obteve uma vitória significativa na luta contra a transfobia. Em sentença recente, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo condenou a Uber a pagar uma indenização de R$ 20 mil à atriz após um episódio de discriminação transfóbica sofrido durante uma corrida.
O incidente ocorreu quando Mathey, acompanhada de seu então companheiro, um homem trans negro, foi expulsa do carro pelo motorista do aplicativo que proferiu ofensas transfóbicas, justificando a ação com comentários degradantes. Após o ocorrido, a atriz ainda teve sua conta na plataforma bloqueada, o que agravou ainda mais a situação de discriminação.
Marina Mathey, que recorreu ao escritório de advocacia Abreu & Bittencourt, especializado em causas LGBTQIA+, detalhou o acontecimento em uma entrevista exclusiva ao Observatório G. Segundo ela, após o ocorrido, tentou entrar em contato com a Uber diversas vezes, mas todas as respostas recebidas foram automáticas e insatisfatórias, o que a levou a buscar suporte jurídico. A advogada Dra. Janaína Brito de Abreu, juntamente com os advogados Drs. Ives Bittencourt Menezes e Lucas Daniel Soriano da Matta, assumiram a ação que resultou na condenação.
A sentença, proferida na última sexta-feira (23), foi recebida com emoção por Mathey. A decisão destaca a importância de proteger os direitos da comunidade LGBTQIA+ e enfrentar a violência e discriminação ainda sofridas por pessoas trans no Brasil. Marina Mathey expressou sua felicidade com a decisão, salientando que a sentença, além de justa, foi escrita com muita sensibilidade, reconhecendo a dignidade e o respeito que todos os corpos trans merecem.
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“Eu fiquei muito feliz, porque além da sentença favorável, é uma vitória nesse país, em muitos sentidos. […] É uma vitória minha nesse processo, é uma vitória nossa, pessoas trans, é uma vitória dos direitos humanos porque isso é mais uma validação do que a gente vive,” declarou a atriz emocionada.
Além disso, a atriz destacou a importância da visibilidade do caso e a necessidade de se debater amplamente essas questões para que outras pessoas trans se sintam encorajadas a lutar por seus direitos. A decisão judicial também orientou a adoção de medidas para combater a discriminação em plataformas de serviços como a Uber, sugerindo ao Ministério Público e à Defensoria Pública do Estado de São Paulo que tomem providências em nível coletivo.
O caso de Marina Mathey é um marco na luta contra a transfobia no Brasil e ressalta a necessidade de um suporte mais efetivo para as vítimas de discriminação. A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo não apenas corrige uma injustiça sofrida pela atriz, mas também abre precedente para que outras pessoas trans busquem seus direitos em situações semelhantes.
