Realizado numa coprodução entre Brasil e Colômbia, Alma do Deserto venceu na última sexta-feira (06/09), o prêmio Queer Lion, que reconhece o melhor filme com temática LGBTQIA+ no 81º Festival de Veneza. Esta é a primeira vez que uma produção brasileira vence a premiação no evento, documentário chega aos cinemas nacionais ainda este ano.
Dirigido pela cineasta colombiana Mônica Taboada-Tapia, o longa acompanha a luta de Georgina, uma mulher trans da etnia Wayúu, para ter sua identidade reconhecida. Depois de vizinhos atearem fogo em sua casa e queimarem seus documentos, ela parte em uma jornada para emitir uma nova carteira de identidade e, assim, poder exercer direitos civis fundamentais, como o do voto nas eleições colombianas.
Ao justificar o prêmio, o júri do evento disse que a produção aborda “questões complexas relacionadas à identidade de gênero, etnia, cidadania e direitos civis a partir de um olhar cinematográfico poderoso, que transcende o gênero documental”.
O Queer Lion surgiu da iniciativa do crítico de cinema Daniel N. Casagrande e do então diretor do Festival, Marco Müller, inspirado no Teddy Award, que já celebrava o cinema queer no Festival de Berlim.
Outros sete filmes estavam na disputa pelo prêmio: Queer, de Luca Guadagnino; Love, de Dag Johan Haugerud; El Jockey, de Luis Ortega; Pooja, Sir, de Deepak Rauniyar; Diciannove, de Giovanni Tortorici; Peaches Goes Bananas, de Marie Losier; e Paul and Paulette Take a Bath, de Jethro Massey.