EX-MALHAÇÃO

Nila celebra seu processo de transição: "Mudei de nome, cidade e identidade"

Atriz ficou conhecida por ter sido uma das protagonistas da temporada de 2018

Nila em De volta aos 15 e em Malhação – Divulgação/Netflix/Globo/Montagem
Nila em De volta aos 15 e em Malhação – Divulgação/Netflix/Globo/Montagem

Nila, de 24 anos, que foi uma das protagonistas de Malhação: Vidas Brasileiras (2018), da Globo, como Michael Santiago, na época em que ainda era conhecida com o nome Pedro Vinícius, hoje se identifica como uma pessoa trans não binária.

A atriz, viveu esse processo em paralelo ao seu trabalho nas telinhas durante as gravações de De volta aos 15, que estreou recentemente sua terceira e última temporada na Netflix. “Eu sou uma pessoa completamente diferente de quem eu era antes de começar a fazer o ‘De volta aos 15’. Eu literalmente mudei de nome, cidade e identidade, tudo motivado pelo o que estava descobrindo nesses últimos quatro anos”, disse ela, em entrevista ao jornalista Zean Bravo, do portal Telinha, do jornal Extra.

Na sequência, a artista compartilhou a surpresa e a satisfação de encontrar apoio na direção e produção da série quando decidiu revelar sua transição. Nila relatou que, em 2020, estava desanimada com a falta de oportunidades no mercado que não reconhecia ou escrevia personagens para alguém com sua identidade de gênero.

“Foi uma surpresa muito bem-vinda para a direção e produção quando eu disse que estava em transição porque ali elas reconheceram a potência dessa personagem e sinto que foi o momento certo para começar a reinvestigar minha identidade de gênero, porque agora eu poderia fazê-lo dentro de uma esfera segura e criativa, que é o meu ambiente de trabalho”, destacou.

Atualmente, ela está envolvida no longa-metragem Delicadeza, onde interpretará sua primeira personagem nordestina. A obra, que conta com um elenco majoritariamente LGBTQIAPN+ e se passa entre São Paulo e Salvador, oferece uma visão inovadora sobre a vulnerabilidade dos adolescentes LGBTs, abordando temas como questões socioeconômicas, abandono familiar e discriminação de gênero.

A trama ainda explora a gravidade do tráfico humano para exploração sexual, destacando a importância de representar essas realidades complexas e frequentemente negligenciadas.