Promotor de Justiça do Ministério Público no Acre, Tales Fonseca Tranin, está sob investigação por suposto envolvimento com uma facção criminosa. Na última sexta-feira (13/09), ele e seus advogados concederam uma coletiva de imprensa onde o promotor negou as acusações de associação criminosa, mas admitiu ter mantido encontros sexuais com detidos do sistema penitenciário acreano.
De acordo com as informações do portal G1, as suspeita é de que Tales Fonseca tenha se relacionado com, ao menos, 20 presos monitorados, sendo alguns deles conhecidos por integrarem facções criminosas.
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu, em 20 de agosto deste ano, afastar Tales de suas funções. O pedido de afastamento, cuja autoria não foi revelada, foi deferido por Angelo Fabiano Farias da Costa, corregedor nacional, e pelos demais corregedores em uma votação unânime.
O pedido de afastamento foi justificado pela investigação de cunho sexual que pesa contra o promotor, com suspeitas de que esses encontros, em alguns casos, ocorreram durante inspeções em unidades carcerárias e em horário de expediente, muitas vezes mediante pagamento.
Erick Venâncio, um dos advogados de Tranin, afirmou que os encontros com presos do regime semiaberto tinham natureza exclusivamente sexual e que ocorreram apenas em sua residência.
“Esses contatos se deram exclusivamente em sua residência e mediante pagamento. É importante que isso fique claro. Ele nunca teve qualquer outro tipo de contato com essas pessoas, seja de convívio, seja de amizade, seja de qualquer outra natureza. Muito menos envolvimento com organização criminosa e com a prática de um crime”, afirmou.
Segundo a defesa, não houve qualquer outro tipo de contato entre o promotor e os detentos, desmentindo a alegação de que Tales Fonseca Tranin tivesse usado sua posição para interferir nos processos de apenados com quem se encontrou. “É absolutamente falso que ele tenha tido contato sexual durante as inspeções. Isso não consta sequer como conjectura no processo administrativo”, afirmou.
Vale destacar, que desde 2019, ele atuava na 4ª Promotoria Criminal de Execução Penal e Fiscalização de Presídio, desempenhando um papel central nas negociações durante a rebelião no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, em julho de 2023. A investigação continua em andamento e a defesa do promotor insiste na regularidade de suas ações e no caráter técnico de sua atuação no Ministério Público (MP).