LUANA ALVES

Pela primeira vez, São Paulo reelege uma vereadora negra e bissexual

Em 2020, Luana Alves, candidata do Psol, já havia se tornado a vereadora mais jovem da história no maior colégio eleitoral do país

Luana Alves já havia se tornado a vereadora mais jovem da história no maior colégio eleitoral do país - Divulgação
Luana Alves já havia se tornado a vereadora mais jovem da história no maior colégio eleitoral do país - Divulgação

Oitava candidata mais votada pelos eleitores de São Paulo, Luana Alves (Psol), se tornou a primeira mulher negra e bissexual a ser reeleita no maior colégio eleitoral do Brasil. Psicóloga do SUS, especializada em saúde primária, coordenadora da Rede Emancipa, LGBT+, a candidata já havia se tornado a vereadora mais jovem da história da capital paulista, em 2020, aos 23 anos de idade, quando concorreu também pelo Partido Socialismo e Liberdade.

Durante seu primeiro mandato, a parlamentar, que é casada com uma mulher, atuou em pautas focadas na defesa dos direitos LGBTQIAPN+ e das mulheres, população negra e periférica, educação e justiça climática. Chegou a ser alvo de pedido de cassação depois de se envolver em uma discussão com a vereadora Rute Costa (PL), sobre a Parada do Orgulho LGBQIA+.

“O que é orgulho para uns, é tristeza para outros. No domingo, houve passeata na Paulista, e eu vi com muita tristeza crianças sendo levadas pela mão, no meio daquele movimento. As pessoas são livres para fazer da vida delas o que quiserem, mas, utilizar a infância, isso para mim é infame e covarde” afirmou Rute.

Na sequência, Luana rebateu a declaração da bolsonarista. “É um absurdo o que a senhora está dizendo. De que ambiente a senhora está falando? O que a vereadora Rute acabou de falar é muito grave e contribui para a LGBTfobia neste país”, disparou.

Até a eleição passada, São Paulo havia eleito, em 72 anos, somente seis vereadoras negras – quatro delas, em 2020. Neste ano, Luana Alves se elegeu com 83.262 votos, um aumento expressivo na comparação com o pleito anterior, quando teve 37.550 votos. Vale destacar, que ela foi a responsável pela primeira cassação de um vereador por racismo, na história de São Paulo.

Nas rede sociais, Luana celebrou à vitoria nas urnas: “Fizemos história! Em 2020, eu fui eleita a vereadora mais jovem da história de São Paulo. Agora, em 2024, fui a primeira mulher negra da história a conseguir se reeleger como vereadora dessa cidade. Vamos continuar fazendo história e construir um futuro de justiça para o povo trabalhador de São Paulo!”.