No dia 20 de outubro, o designer gráfico Everton Lima, de 35 anos, foi vítima de ofensas racistas durante uma conversa no aplicativo de relacionamento Grindr. O episódio aconteceu quando Everton, que reside em São Paulo, capital, trocava mensagens com o usuário “GP ATV AGOR🍆 28,” localizado a apenas 4 km de distância. Após enviar sua foto, o designer recebeu a mensagem racista: “Não dou esmola não, macaco.”
Indignado com a situação, Everton decidiu expor o caso nas redes sociais. Em seu perfil no X (antigo Twitter), ele escreveu: “Galera de São Paulo! Alguém consegue identificar esse fdp aqui? Mostrar pra ele que internet não é terra sem lei. Me ajudem aí. Só pra esclarecer: 1. Eu não dei tap. 2. Foi ele quem mandou mensagem primeiro. 3. Infelizmente, sou do tipo que não fica lendo perfil e tags.”
Em outra publicação, Lima acrescentou: “Gostaria de esclarecer que não vejo problema algum em procurar uma GP, mas esse não foi o meu caso. Nunca paguei por sexo e não pretendo fazê-lo. Apenas respondi a uma mensagem que, logo em seguida, foi acompanhada de uma ofensa, se é que posso chamar assim. Atualização: A denúncia foi feita. Agora, é só aguardar a investigação.”
Medidas Tomadas e Investigação
Após a denúncia pública, Everton registrou um boletim de ocorrência e notificou o Grindr sobre o incidente. “Já fiz um boletim de ocorrência e informei ao Grindr sobre o ocorrido. Eles me informaram que já identificaram o suposto agressor e baniram a conta. O Ministério Público também solicitou ao aplicativo que preserve e forneça os dados dele,” explicou o designer.
A Responsabilidade do Grindr em Casos de Racismo Virtual
Para entender se a plataforma pode ser responsabilizada, o Observatório G conversou com o Dr. Ives Bittencourt, Presidente da Comissão da Diversidade da OAB/BA. Segundo ele, “o aplicativo pode, sim, ser responsabilizado. Além de atuar na denúncia de crimes, o aplicativo pode ser alvo de ações na esfera civil, com pedidos de indenização por danos morais devido ao crime de racismo virtual.”
Segurança nas Plataformas e o Combate ao Ódio Online
O caso ressalta a necessidade de maior proteção e medidas eficazes nas plataformas digitais para combater o racismo e outros crimes de ódio. A exposição de Everton Lima reforça a importância de denunciar agressões e a responsabilidade das empresas em lidar com essas questões de forma adequada.