Violência

Aumento de assaltos a pessoas LGBTQIAPN+ em Mototáxi preocupa foliões no carnaval de Salvador

Aumento de assaltos a pessoas LGBTQIAPN+ em Mototáxi preocupa foliões  no carnaval de Salvador
Bruno Peres/Agência Brasi

A comunidade LGBTQIAPN+ em Salvador tem enfrentado uma alarmante sequência de assaltos durante o uso de serviços de transporte por aplicativo via mototáxi. Relatos apontam um padrão de ação criminosa: passageiros são seguidos por motoqueiros armados, forçados a parar durante o trajeto e, além de roubados, sofrem agressões físicas e ameaças.

Para entender como a comunidade pode se proteger e quais ações tomar, o Observatório G conversou com o Dr. Ives Bittencourt, Presidente da Comissão Permanente de Diversidade Sexual e Gênero da OAB/BA. O advogado destaca que a adoção de práticas simples pode fazer a diferença para a segurança dos passageiros:

“A comunidade LGBTQIAPN+ pode adotar algumas medidas de proteção ao utilizar corridas por aplicativo. Quando possível, priorizar carros em vez de mototáxis, especialmente à noite ou em áreas menos movimentadas. Andar acompanhado é sempre mais seguro, mas, se não for viável, é essencial compartilhar a localização em tempo real, além de informações sobre o veículo e o motorista com alguém de confiança”, orienta Dr. Ives.

O que fazer após um assalto

Dr. Ives Bittencourt, Presidente da Comissão Permanente de Diversidade Sexual e Gênero da OAB/BA, reforça a importância de medidas preventivas para a segurança de passageiros LGBTQIAPN+ durante o Carnaval

Caso a pessoa seja vítima de um crime, o especialista reforça a importância de buscar assistência legal e registrar o ocorrido:

“A vítima deve ir imediatamente a uma delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Se possível, faça isso presencialmente para fornecer mais detalhes. Após o registro, é importante buscar o Ministério Público, a Defensoria Pública ou uma delegacia especializada para acompanhar as investigações e buscar reparação pelos danos sofridos”, explica o advogado.

Além disso, Dr. Ives alerta que os ataques parecem ter um foco direcionado:

“Há indícios de que uma quadrilha especializada esteja agindo contra a comunidade LGBTQIAPN+, o que torna a investigação e a mobilização social ainda mais urgentes.”

Responsabilidade das plataformas de transporte

Embora, em regra, as empresas de transporte por aplicativo não sejam diretamente responsáveis por crimes cometidos por terceiros, Dr. Ives ressalta que há casos suspeitos de envolvimento de motoristas nos delitos:

“Existem indícios de que alguns motoristas possam estar repassando informações sobre a vulnerabilidade dos passageiros para os criminosos. Se houver comprovação de envolvimento, as plataformas podem, sim, ser responsabilizadas. Por isso, é essencial que as vítimas relatem os incidentes às empresas, que têm o dever de investigar os motoristas e colaborar com as autoridades”, reforça.

A importância da denúncia e da mobilização social

Para conter essa onda de violência, a denúncia é uma ferramenta poderosa. Quanto mais casos forem formalmente registrados, maior será a pressão para que as investigações avancem:

“Denunciar é essencial para desarticular a quadrilha e responsabilizar todos os envolvidos, desde os executores até os facilitadores. A mobilização da sociedade e a atuação conjunta das autoridades são fundamentais para proteger a comunidade LGBTQIAPN+ e garantir que Salvador seja um espaço seguro para todos”, finaliza Dr. Ives.

Diante do cenário preocupante, a comunidade se organiza em redes de apoio, e coletivos LGBTQIAPN+ têm promovido campanhas de conscientização e segurança. A expectativa é que, com a pressão popular e a ação das autoridades, os criminosos sejam identificados e a cidade volte a ser um lugar de celebração e respeito à diversidade.

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