Malka Julieta: A Sinfonia de uma Artista Transgressora
Malka Julieta não é apenas uma artista, ela é uma força da natureza, uma criadora que molda a música e a cultura com a mesma paixão com que respira. Minha admiração por ela transcende o mero apreço artístico, é um reconhecimento profundo de sua singularidade, de sua capacidade de tecer melodias e mensagens que ressoam na alma.
Com mais de duas décadas de trajetória, Malka construiu um legado multifacetado, onde se entrelaçam os fios da produção musical, da composição, do canto, da performance multi-instrumental, da discotecagem e da educação. Sua versatilidade a permite transitar por gêneros musicais diversos, colaborando com inúmeros artistas e forjando projetos solo que desafiam convenções e expandem horizontes.
Mais do que uma musicista talentosa, Malka é uma voz essencial na comunidade LGBTQIAPN+, uma figura emblemática na luta pela representatividade. Sua arte não é apenas entretenimento, mas um instrumento de transformação social, um grito de resistência e um farol de esperança. A fundação da Trava Bizness, a primeira gravadora brasileira dedicada a artistas trans, é um testemunho de seu compromisso em abrir caminhos e amplificar vozes marginalizadas.
A jornada musical de Malka começou nas entranhas da cena underground, com bandas de punk-rock e duos de música eletrônica. Sua presença marcante a levou a residir nas icônicas festas “Mamba Negra” e “Sangra Muta”, templos da liberdade e da expressão. Sua paixão pela música a impulsionou a compartilhar seu conhecimento como professora de canto e a se destacar na vibrante cena techno paulistana.
Em 2016, Malka fundou a 3dB Áudio, uma produtora que reflete sua visão vanguardista e seu compromisso com a qualidade sonora. Dois anos depois, ela protagonizou um momento histórico ao se tornar a primeira musicista trans a se apresentar na Sala São Paulo, um dos palcos mais prestigiados da música erudita mundial, tocando viola com a Orquestra Sinfônica da Fundação das Artes.
“Sururu das Meninas pt2”: Um Encontro de Titãs e a Celebração da Liberdade
A música de Malka é uma tapeçaria sonora que entrelaça elementos da música eletrônica com a riqueza da cultura popular brasileira, explorando ritmos regionais e influências contemporâneas para criar uma identidade única e inconfundível. Seu álbum “Chão”, com participações de artistas como Brisa Flow, Dharma Jhaz, Badsista e Potyguara Bardo, é um exemplo dessa fusão inovadora e transgressora.
O single “Sururu das Meninas pt2”, em colaboração com a lendária Deize Tigrona, é um aperitivo do que está por vir no álbum “Chão”. A música é um hino à liberdade, ao afeto e à resistência, celebrando as relações entre mulheres em um ambiente de festa, desejo e empoderamento. O videoclipe, dirigido por Thaís Regina e roteirizado por Juão Nÿn, traduz essa atmosfera vibrante e sensual, com imagens que celebram a beleza e a diversidade dos corpos femininos.
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Deize Tigrona, pioneira do funk carioca, traz sua energia contagiante e sua voz inconfundível para a colaboração, unindo forças com Malka em um encontro de titãs que transcende o mero feat. A música é um manifesto de liberdade e empoderamento, um grito de resistência contra o machismo e a homofobia.
Sou fã de Deize Tigrona, uma das pioneiras do funk carioca nos anos 2000, ao lado de artistas como Tati Quebra Barraco e Valesca Popozuda. Suas músicas, como “Prostituto”, “Odoyá”, “Fui Eu Que Fiz” e “Vagabundo”, fazem parte da minha playlist.
Ao assistir ao clipe de “Sururu das Meninas pt2”, fui tomada por um grande afeto. Dancei e cantei no meu quarto, completamente envolvida pela potência do trabalho. A música é vibrante, cheia de energia e me deixou ansiosa para ouvir o álbum completo.
Com influências de funk, pop e amapiano, a canção exala afeto, liberdade e celebra as relações entre mulheres em um ambiente de festa, desejo e resistência. Mais do que um feat, a colaboração entre Malka e Deize representa um encontro poderoso, carregado de significado. O videoclipe traduz essa atmosfera vibrante e reafirma a importância da visibilidade e do reconhecimento das vivências lésbicas e bissexuais, que tantas vezes foram marginalizadas.
A expectativa para o lançamento do álbum “Chão” em abril é grande. A promessa é de um mergulho em um universo sonoro rico e transformador, onde a música eletrônica se encontra com a cultura popular brasileira em um diálogo vibrante e inovador. Malka Julieta, mais do que uma artista, é uma visionária que molda o futuro da música e da cultura com sua arte transgressora e sua mensagem poderosa.
Silvia Diaz , é Atriz, Performer, Dramaturga e Roteirista. Estudou interpretação Teatral(Unirio). Graduada em Produção Audiovisual(ESAMC). Dramaturgia ,SP escola de Teatro. Apenas uma Artista que vende sonhos em dias cinzentos. E quando os dias não forem tão trevosos, ainda assim continuarei a vender meus sonhos!! Cores, abraços, afetos, lua em aquário. Fluindo . Cultivando minha Ilha.. Eu Sinto…
@silviadiaz2015
