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Cuidados médicos com pessoas trans são seguros e necessários.

Cuidados médicos com pessoas trans são seguros e necessários.

A esta altura você já deve ter tomado conhecimento da polêmica que está acontecendo em função do atendimento às pessoas transvestigêneres por parte da profissão médica. Recentemente, 5 entidades científicas da medicina, abrangendo 5 especialidades diferentes, emitiram um documento que vale a pena trazer para o seu conhecimento alguns detalhes deles.

Lá está escrito o seguinte:

As evidências disponíveis respaldam a eficácia e a segurança do uso de hormônio em pessoas transgênero. Os estudos científicos crescem exponencialmente, atingindo mais de 2800 manuscritos sobre este assunto em 2024, em uma base científica chamada pubmed. Já existem diversos estudos mostrando baixas taxas de arrependimento e grandes taxas de melhora na qualidade de vida das pessoas transgêneras.

Sobre o uso do apoio hormonal e de procedimentos cirúrgicos, as diretrizes internacionais recomendam que o início do apoio hormonal à adequação social do gênero pode ser considerada a partir dos 16 anos para pessoas que apresentam capacidade mental suficiente para compreender e consentir junto com o pais e ou responsáveis legais.

Atrasar o apoio hormonal à adequação social do gênero por mais de 2 anos sem evidências que justifiquem essa atitude pode acarretar danos emocionais e psiquiátricos. Pode ainda levar ao uso de hormônios sem o aconselhamento e acompanhamento médicos, algo que é muito comum nesta população. Exatamente porque a maior parte das pessoas profissionais na medicina não querem atendê-las.

Em relação ao impedimento do bloqueio puberal que no Brasil só podia ser feito em centros de pesquisa: a sua proibição impede que pesquisas sejam feitas e que o melhor conhecimento possa nascer dessas pesquisas bem conduzidas. Isso também é um problema na atenção deste grupo de pessoas brasileiras em questão.

Dessa oposição ao bloqueio puberal, é necessário comentar que na regra anterior, em centros de pesquisa, quando ele era iniciado, as crianças já tinham entrado na puberdade. Portanto, já tinham deixado a infância e já estavam em em pleno processo pubertário. Isso é completamente diferente de aplicar esta atitude médica a crianças. Isso jamais foi defendido ou realizado de forma ética.

E o documento reforça que deixar de fazer uso do apoio hormonal para adequação social de gênero não é equivalente, não é sinônimo de arrependimento. O que define as pessoas trans não é se elas usam hormônio ou se elas fazem cirurgia, ou se elas fazem isso ou aquilo. O que as define é a sua percepção de si mesmas, algo que está na esfera de sua autonomia individual, sobre a qual ninguém tem poder.

Essa declaração foi assinada pela sociedade brasileira de endocrinologia e metodologia, a associação brasileira de estudos em medicina e saúde sexual, a sociedade brasileira de Urologia, a federação brasileira das associações de ginecologia e obstetrícia e a associação brasileira de obstetrícia e ginecologia da infância e adolescência.

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