Mês do Orgulho LGBTI+

Orgulho é Resistência: a Vergonha Nunca Foi Nossa!

Dois jovens se beijam sob a bandeira LGBTI+, simbolizando o orgulho LGBTI+ como resistência e afeto em um país que ainda nega direitos e dignidade.
Dois jovens se beijam sob a bandeira LGBTI+, simbolizando o orgulho LGBTI+ como resistência e afeto em um país que ainda nega direitos e dignidade. | https://assets.brasildefato.com.br/2024/09/image_processing20200201-29235-1oz16zn-750x534.jpg

A luta LGBTI+ exige visibilidade, dignidade e políticas públicas de verdade

O mês de junho é mais do que celebração: é um grito por dignidade, memória e justiça. A frase “orgulho LGBTI+” sintetiza o que está em jogo. No Brasil, onde a diversidade é violentada na prática, mesmo que protegida na teoria, afirmar-se LGBTI+ é um ato político e vital.

Este artigo foi inspirado no potente vídeo publicado pelo criador de conteúdo @rafaaagonz, que nos lembra com sensibilidade e firmeza que a vergonha nunca foi nossa — e que, sim, temos muitos motivos para sentir orgulho. A mensagem dele nos atravessa e ecoa em cada pessoa que já teve que lutar para simplesmente existir.

Avanços Legais: Conquistas que Precisam Ser Defendidas

Nos últimos anos, o movimento LGBTI+ brasileiro conquistou vitórias importantes. Em 2011, o STF reconheceu a união estável homoafetiva. Em 2018, garantiu-se o direito à retificação de nome e gênero no registro civil sem necessidade de cirurgia ou laudo médico. Em 2019, a homofobia e a transfobia foram equiparadas ao crime de racismo, criminalizando a LGBTfobia no país.

Essas decisões judiciais, embora fundamentais, não vieram do Congresso Nacional, mas sim do Judiciário — reflexo de um Legislativo ainda resistente à pauta da diversidade. O reconhecimento legal é um passo, mas não é suficiente.

Realidade Cruel: Violência e Exclusão Persistem

Apesar dos avanços, o Brasil segue liderando rankings globais de violência contra pessoas trans. Em 2022, 228 pessoas LGBTI+ foram assassinadas no país, sendo mais da metade travestis e mulheres trans. A cada 36 horas, uma pessoa LGBTI+ é morta no Brasil.

A exclusão começa cedo: adolescentes trans enfrentam bullying escolar, desrespeito ao nome social e evasão escolar. Muitos são expulsos de casa e acabam na informalidade ou na prostituição como única forma de sobrevivência.

Políticas Públicas: Urgência e Insuficiência

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania lançou programas como Acolher+, Empodera+ e Bem Viver+, com investimento de R$ 8 milhões para promover dignidade e inserção de pessoas LGBTI+ no mercado de trabalho.

Embora positivas, essas ações ainda são tímidas diante da magnitude do problema. Faltam políticas públicas robustas e permanentes que garantam acesso à saúde, educação, moradia e segurança para a população LGBTI+.

Orgulho LGBTI+: Uma Afirmação Política

Celebrar o orgulho LGBTI+ é mais do que uma festa; é uma afirmação de existência e resistência. É dizer que nossas vidas importam, que merecemos respeito e que não aceitaremos retrocessos.

A vergonha nunca foi nossa. Ela pertence a uma sociedade que ainda marginaliza, violenta e exclui. Transformar essa realidade exige mais do que palavras: requer ações concretas, políticas públicas eficazes e o compromisso de toda a sociedade.

Conclusão: Do Orgulho à Ação

O orgulho LGBTI+ é um chamado à ação. É hora de transformar celebração em mobilização, visibilidade em políticas públicas e resistência em conquista de direitos. Porque viver com orgulho é resistir, e resistir é construir um futuro onde todas as pessoas possam ser quem são, com dignidade e respeito.

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