O casal Pavel Stotsko e Yevgeny Voitsekhovsky passou por uma situação delicada ao serem perseguidos pelo governo russo, após os mesmos oficializarem união na Dinamarca.
Como a união homoafetiva é terminantemente proibida na Rússia, os dois encontraram uma brecha nas leis de seu país de origem, que afirma que eles são obrigados a reconhecer qualquer casamento entre russos que acontece no exterior, independentemente da orientação sexual.
No entanto, ao voltar para casa, o casal enviou seu passaporte interno – um documento que todos os russos acima de 14 anos possuem com o endereço da residência e o estado civil – para um escritório do governo e, sem nenhum tipo de problema, receberam o carimbo que confirmava o casamento.
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“Ficamos muito felizes quando recebemos os carimbos em nossos passaportes. Pensávamos que agora poderíamos viver felizes e tranquilos na Rússia e que, apesar de toda a homofobia, a lei estava do nosso lado”, disse Stotsko, ao jornal britânico The Guardian.
Os dois, então, postaram fotos da união nas redes sociais. Foi quando a notícia se espalhou por toda a Rússia e os dois passaram a sofrer perseguições.
A polícia foi até o apartamento dos dois e, com medo, eles foram obrigados a fugir e pediram asilo na Holanda.
“Para os russos, um carimbo de casamento em seu passaporte é um símbolo de que seu casamento é reconhecido pelo Estado. Naturalmente, quando as autoridades perceberam que não havia fundamentos legais para não reconhecer nosso casamento, decidiram se livrar qualquer evidência de que isso [o casamento deles] tenha acontecido na Rússia”, afirmou Stotsko.
Para fugir de seu país, o casal contou com a ajuda de membros da comunidade LGBT no local, partindo com o equivalente a R$ 220 nos bolsos. Agora, o casal tenta conseguir cidadania holandesa.
“Putin sempre diz que todos vivem na Rússia de acordo com a lei. Mas o que aconteceu conosco prova que ele é um mentiroso. Tentamos viver em russo dentro da estrutura da lei, mas em vez disso as autoridades infringiram a lei para apreender nossos passaportes”, concluiu.