Na Bahia, até o início de agosto de 2025, foram notificados 93 casos de HIV/Aids entre adolescentes e jovens de 14 a 19 anos. Em 2024, no mesmo período, foram registrados 184 casos. Já em 2023, houve 158 registros, e em 2022, 137, de acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).
O crescimento acompanha uma tendência nacional. Pesquisadores apontam que a falta de acesso a informações de qualidade sobre prevenção combinada do HIV e as dificuldades para utilizar as tecnologias de prevenção estão entre os principais fatores que explicam o cenário.
Entre essas tecnologias estão preservativos, profilaxia pré-exposição (PrEP), profilaxia pós-exposição (PEP) e os serviços de saúde voltados à prevenção. Apesar de estarem disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), muitos jovens ainda encontram barreiras para acessar esses recursos.
A situação é mais grave em contextos de vulnerabilidade. Jovens LGBTQIA+, por exemplo, continuam enfrentando estigma e discriminação relacionados à orientação sexual e identidade de gênero. Além deles, jovens negros, com baixa escolaridade e renda também estão entre os mais impactados pela epidemia.
Para Laio Magno, coordenador do projeto PrEPara Salvador, professor da Universidade Estadual da Bahia (UNEB) e pesquisador da Fiocruz-BA, é fundamental garantir que a prevenção chegue a quem mais precisa. Segundo ele, “essas tecnologias precisam estar nas mãos de quem mais precisa”.
A Sesab também desmentiu informações falsas que circularam recentemente em redes sociais e em alguns veículos de comunicação. Publicações alegaram, de forma equivocada, que cerca de 11 mil casos de HIV/Aids teriam sido registrados nas últimas semanas entre jovens de 14 a 19 anos na Bahia. A Secretaria reforça que esse dado não corresponde à realidade e trata-se de desinformação.