Saúde em risco

Infectologista revela desafios na prevenção do HIV entre jovens no Brasil: "Conservadorismo"

Beatriz Grinsztejn reforça importância da PrEP e destaca desafios no país
26/08/2025 10:23
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Infectologista revela desafios na prevenção do HIV entre jovens no Brasil: "Conservadorismo"(foto: iStock)

Infectologista revela desafios na prevenção do HIV entre jovens no Brasil: "Conservadorismo"

A chegada das versões injetáveis dos remédios da profilaxia pré-exposição (PrEP) surgiu, inicialmente, com a premissa de alcançar uma maior adesão de usuários e impacto profundo no controle da infecção de doenças sexualmente transmissíveis, principalmente no controle de casos de HIV/Aids.

Todavia, a infectologista brasileira Beatriz Grinsztejn, atual presidente da International Aids Society (IAS), que atua como hefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em IST e HIV/Aids do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), descreveu os desafios com pesquisas de vacina como o grande foco nas buscas pela erradicação do HIV e que teriam transferidas para a PrEP.

"O termo erradicação é extremamente complexo em termos epidemiológicos. E está fora do horizonte. O que a gente busca de fato, e que é viável, é eliminar o HIV como um problema de saúde pública, conforme as metas da OMS para 2030. Isso significa reduzir significativamente o número de novas infecções e mortes relacionadas ao HIV. E a gente continua avançando nisso nos últimos anos com várias estratégias, como testar e tratar, como o acesso universal à terapia antirretroviral e a PrEP. Além disso, é importante destacar que as buscas por uma cura e pela vacina se mantêm", explicou ela, em entrevista ao jornal O Globo.

"A PrEP é extremamente importante. Mas, isoladamente, ela não vai nos levar a eliminação do HIV como um problema de saúde pública. Isso tem que vir num contexto da testagem ampliada, do acesso ao tratamento antirretroviral", declarou Beatriz. Apesar do avanço científico, a infectologista ressalto que os mais jovens não são tão atingidos pelo programa por questões que, segundo ela, são "conversadoras".

"A gente tem uma questão muito séria de conservadorismo no nosso país. Bancadas conservadoras impedem que a educação sexual nas escolas possa acontecer. Então, não temos de fato um conhecimento sendo disseminado entre os jovens sobre a saúde sexual, sobre a prevenção primária do HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Temos hoje uma grave epidemia de sífilis no Brasil, por exemplo", disse ela.

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