O Retrato de Dorian Gray
A partir da próxima quinta-feira (18), até o dia 30 de outubro, o Espaço Parlapatões, no centro de São Paulo, recebe uma nova adaptação da obra O Retrato de Dorian Gray, romance de Oscar Wilde (1854-1900) publicado originalmente em 1890.
A montagem, que possui roteiro de Cica Moura e direção de Rafael Pucca, propõe uma leitura contemporânea e assumidamente homoafetiva da narrativa, destacando o subtexto queer que, à época de sua publicação, contribuiu para a censura da obra e a condenação de seu autor.
A produção, realizada pela Má Companhia de Teatro Paulista, conta com apoio institucional do SCRUFF, aplicativo de relacionamentos voltado ao público gay, bissexual, trans e queer. A iniciativa reafirma o papel do aplicativo como agente cultural ao incentivar projetos que resgatam e valorizam a memória LGBT+ no meio artístico.
A história é reconstruída como um drama marcado por um triângulo amoroso entre três homens. “Acho importante que mais de 100 anos depois O Retrato de Dorian Gray possa ser representado como não poderia na época de seu lançamento; um trágico triângulo amoroso entre três homens”, afirmou Cica Moura. “Muitas pessoas ainda acreditam na não-existência de pessoas LGBTQIAP+ no passado, por conta do silenciamento e apagamento desse tipo de narrativa. Tiramos os personagens de Oscar Wilde do armário como forma de mostrar que sim, nós sempre existimos e não, não vamos a lugar algum”, disse.
O diretor Rafael Pucca ressaltou a intemporalidade da obra. “Infelizmente, esta obra de Oscar Wilde se mantém cada vez mais atual e parece que será atemporal, pois a eterna juventude e beleza idealizada nunca foram tão desejadas, principalmente com a febre das redes sociais, que nos torna ainda mais escravizados à nossa própria imagem reproduzida nas telas”, declarou.
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