Pressão estética impacta saúde mental da comunidade LGBT, aponta psicólogo
A pressão estética é evidente e vivida na sociedade contemporânea. Entre a comunidade LGBTQIAPN+, por exemplo, existe uma pressão pelo alcance de padrões estéticos inalcançáveis.
De acordo com o psicólogo João Jacobs, essa pressão remontam à infância e a uma "heterossexualidade compulsória", processo que muitos da comunidade enfrentaram desde cedo.
São situações cotidianas que reforçam a ideia de que a pessoa deve se encaixar em um padrão heteronormativo. Um exemplo está na dança de festa junina de uma escola, quando o menino gay é obrigado a dançar com uma menina, ou nas celebrações de aniversário, em que o nome anunciado no "com quem será" é o de uma menina.
"Meninos heterossexuais que gostam de futebol são socialmente validados dentro desse estereótipo de masculinidade. Qualquer criança que foge dessas expectativas fica sujeita a agressões, exclusões e preconceitos", apontou Jacob, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. A sensação de não pertencimento proporciona o desenvolvimento de um mecanismo para conquistar valor e aceitação.
"Eles compensam isso [sentimento de inadequação] demonstrando mais afeto, cumprindo suas responsabilidades de forma rigorosa ou sendo o melhor da turma. Com isso, começam a medir seu valor pessoal a partir da imagem que projetam para os outros, criando mecanismos de compensação emocionais que buscam reconhecimento externo", afirmou o psicólogo. Para ele, o desejo constante por validação de corpos considerados padrão intensifica a pressão e promove comparações que prejudicam a saúde mental.
"Todo esse contexto pode levar a isolamento social, ansiedade, depressão, transtornos alimentares e dismorfia corporal e contribui para a alta prevalência de adoecimento psíquico e suicídio na população LGBT", concluiu Jacobs.
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