Dom Arnaldo Carvalheiro Neto, bispo de Jundiaí, em São Paulo, foi designado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como pontífice referencial para o acompanhamento pastoral de grupos católicos LGBT+.

A nomeação foi oficializada no último dia 19 de novembro, sendo considerado um ato inédito na história do Brasil. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ele se pronunciou sobre a importância deste cargo, em que tratou a homossexualidade como "orientação sexual", e a transexualidade como "identidade de gênero".

"Quando perguntaram ao papa Francisco sobre qual é a coisa mais importante que as pessoas LGBT precisam saber sobre Deus, sua resposta foi: ‘Deus é Pai e não renega nenhum de seus filhos. E o estilo de Deus é proximidade, misericórdia e ternura. Ao longo deste caminho, vocês encontrarão Deus’. Neste caminho não há pecado", disse o bispo. Dom Arnaldo também manifestou uma visão negativa sobre a fórmula levantada pelo lado conservador acerca da suposta "cura gay", e condenou.

"A chamada cura gay é hoje refutada pela ciência. No Brasil, é proibida. O Vaticano exortou bispos a não apoiarem instituições católicas com estas práticas, e Francisco reiterou esta posição. Infelizmente há grupos religiosos que promovem orações de ‘cura e libertação’. Tudo isso é muito lamentável e deve ser abolido", declarou ele.