O médico Wagner Scudeler, de 40 anos, entrou com um processo contra um hospital no qual foi demitido. O afastamento aconteceu após ele informar no RH em agosto, que precisaria de três dias de licença. O motivo da folga seria uma viagem aos Estados Unidos, em setembro. A passagem pelo país seria para acertar os passos de uma barriga por substituição com uma empresa contratada na Califórnia.
O profissional foi informado do desligamento, 24 horas depois de comunicar a viagem à empresa. Apesar da gestação ser confirmada, o afastamento foi mantido. Agora, ele que é homossexual e solteiro, reivindica os mesmos direitos à estabilidade e licença-maternidade de uma gravidez convencional.
Os advogados de Scudeler pedem R$ 400 mil pela demissão sem justa causa do cliente ‘grávido’. Na ação, a acusação afirma que o centro médico ofereceu R$ 100 mil de rescisão contratual, porém, o médico recusou.
O médico afirma que a intenção é abrir um precedente para que o caso seja usado como exemplo no futuro. Scudeler diz ter recebido a proposta de fazer uma entrevista para ocupar o cargo de gerente da unidade de saúde. Mas que após a demissão, a entrevista foi cancelada.
LEIA MAIS:
Pai é condenado à prisão por forçar garoto de 11 anos a fazer sexo com madrasta para “não virar gay”
Ex-N’Sync Lance Bass espera primeiro filho com marido gerado por barriga de aluguel
“Na lei brasileira, é proibido deixar de contratar uma mulher grávida”, diz. “Eu, por quatro meses de afastamento, em uma situação análoga à de uma gravidez, estou condenado ao desemprego. Uma mulher grávida poderia ter a entrevista cancelada também. Posso dizer que senti na pele o que uma mulher passa no Brasil”, sentenciou.
O outro lado
Em sua defesa feita em nota enviada ao Uol, o hospital informou que fez a documentação para prosseguir com o processo. O julgamento marcado para ainda este mês.