“Você se sente desprezível. Foi a violência psicológica que mais me afetou”, declarou Noelia Trujullo, de 55 anos, que sobreviveu sendo transexual na ditadura argentina. O regime durou de 1976 a 1983. De acordo com o G1, pessoas como Trujullo receberam um pedido público de desculpas.
Trata-se de um plano de reparações inédito, colocado em prática pela província de Santa Fé. A intenção é se retratar publicamente com as pessoas LGBT que sofreram durante a ditadura que tomou forma no país durante a década de 1970. A maioria das pessoas afetadas é transexual.
Aos 16 anos, Trujullo foi presa pela polícia. Ela foi ordenada a se despir, para que pudessem tirar sarro dela. Em outras vezes, ela chegou a ficar detida por até dois meses. “Éramos considerados criminosos, sub-humanos, porque usávamos roupas de mulher”, falou ela à Thomson Reuters Foundation.
Leia também:
Direitos de LGBTs são inclusos na grade curricular de escolas públicas, na Escócia
Pesquisa revela perfil da população carcerária LGBT no Recife
Após três décadas do fim da ditadura, o país tem realizado alguns esforços referentes aos direitos de LGBTs. Em 2010, foi o primeiro país da América Latina a permitir que casais LGBTs casassem e adotassem crianças. Este ano, a Argentina emitiu, pela primeira vez, certidão de nascimento sem menção de gênero.