A Glória e a Graça, filme brasileiro que estreou em março deste ano, conta a história da reaproximação da travesti Glória e sua irmã, Graça, quando a última descobre estar com um aneurisma cerebral. Quem detinha os direitos do texto para a produção era a atriz Carolina Ferraz – e, segundo ela, não foi fácil conseguir capital para levar a história aos cinemas.
Em entrevista ao jornal Extra, Carolina disse que empresários não queria patrocinar o filme, e chegavam a tentar desencorajá-la. “Eu cheguei a escutar de vários executivos: ‘Carolina, você é tão bonitinha, não faz uma personagem dessa. Não se associe a esse tipo de imagem’. Mas isso nunca me paralisou porque eu nunca duvidei do meu desejo de contar essa história”, afirmou.
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Também intérprete da protagonista, Carolina levou quase dez anos para conseguir, de fato, produzir o filme. Ela recebeu críticas, também, por ser uma mulher cis no papel de uma travesti, ao invés de dar oportunidade para atrizes transgênero e travestis que não conseguem emprego com facilidade; mas garantiu que se empenhou em oferecer uma personagem que foge dos clichês, e que fez laboratório com 62 pessoas que vivem cotidianamente como o seu papel.
Ainda sobre sua interpretação de Glória, Carolina afirma: “Foi difícil, mas foi muito bom vivenciar tudo aquilo. Fui para tentar entender – é claro que não tenho noção da dimensão – mas procurei, com toda sinceridade, ser verdadeira e construir uma história bonita. Essa era a minha vontade como artista”. A Glória e a Graça é do diretor Flávio Tambellini, e chegou a conquistar um prêmio da Associação da Parada do Orgulho LGBT 2017.
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