Uma matéria exibida no Fantástico do último domingo (13), pode ter resumido o quanto a homofobia é institucionalizada no Brasil. A reportagem mostrava os gabinetes reservados aos deputados na câmara e senadores, junto com as suas curiosidades.
Um fato, entretanto, chamou a atenção. Separadas por numerações, a sala número 24, simplesmente não existe. O repórter Murilo Salviano passeava pela Ala Teotônio Vilela e mostrou que após o escritório 23, a contagem muda para o 25.
O gabinete 24 existia até o ano de 2013, quando foi extinto sem nenhuma explicação oficial para que a mudança tivesse ocorrido. O Congresso Nacional informou ao Fantástico que não iria comentar a ausência do número.
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O número 24 é associado à homossexualidade de maneira histórica no Brasil. O motivo seria que a dezena representa o veado dentro no jogo do bicho. Uma das apostas de azar mais antigas do Brasil. O animal selvagem é tido como forma de xingamento para se referir a homens que sentem atração por pessoas do mesmo sexo, logo o motivo para a alusão.
Após a exibição da matéria, muitos telespectadores se mostraram impressionados com a informação nas redes sociais. Muitos, inclusive apontaram que este retrato justificaria o quanto é difícil passar pautas pró-LGBT dentro da legislação brasileira.