“Ele era tranquilo e não mexia com nada de errado. A vida de um inocente foi tirada”, se indigna Júlia da Conceição, de 20 anos, prima de Milton Junio Rodrigues de Souza, morto aos 19 anos. Estudante de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB), o rapaz foi assassinado na madrugada da terça-feira (15).
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Assim como sua prima, os outros familiares de Milton também estão revoltados e pedem justiça. Os amigos lembram do rapaz como uma pessoa calma e caseira, sempre divertido. “Ele saía para se divertir. Era só um jovem”, disse Júlia. As informações são do Metrópoles.
A prima de Junio, como é chamado pela família, lembra ter pedido para ele ficar em casa na noite de segunda-feira (14/1), mas ele resolveu sair. “Todo dia ele falava da faculdade e contava como queria se formar e conseguir um emprego, mas uma besteira acabou com a vida dele. O culpado não pode ficar impune. Se não for condenado na justiça do homem, vai ser condenado na justiça de Deus“, afirmou ela.
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O crime aconteceu na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília. O agressor é um morador de rua conhecido como Galego. Segundo a Polícia, ele costuma andar e passar as noites consumindo droga nas redondezas do terminal. Ícaro Carlos de Sousa, 19, amigo da vítima e testemunha do crime, explicou que o morador de rua começou a insulta-los por conta de um isqueiro. Logo depois, “pegou o celular e deu a facada nele”.
A banalidade da agressão indigna ainda mais os familiares da vítima. “Naquele momento, a vida dele valeu menos do que o preço de um isqueiro”, disse Júlia. O jovem morava com os pais e o irmão mais velho. Na mesma casa, residia também suas tias, primos, padrinho e madrinha. Durante o velório de Milton Junio, nesta quarta-feira (16), uma tia do rapaz, Iranilde de Jesus, também se mostrou devastada com a situação.
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“O Junio não tinha maldade e sorria pra todo mundo, mas a vida foi muito curta pra ele. Não deu nem tempo de mostrar o grande homem que era. Alguém que não sabe o que é amor acabou com a vida dele sem dar chance de se defender. Agora, temos um espaço vazio que não pode ser preenchido. A saudade é eterna”, disse ela.