Na Índia, um grupo de mulheres transgêneras foi forçado a abandonar seu trabalho no governo por não encontrar acomodações para morar. Oito mulheres trans que vivem no estado de Kerala renunciaram aos seus cargos no metrô de Kochi pois não encontraram moradias seguras e adequadas na região.
Anteriormente, o metrô havia contratado 21 transgêneros como parte de uma estratégia para promover empregabilidade na comunidade. No entanto, algumas destas contratadas foram forçadas a renunciar às vagas por causa do clima de estigma e hostilidade que a região costuma manter com a comunidade de transgêneros.
Raga Ranjini, coletor de bilhetes, que foi contratado como parte da estratégia de inclusão da empresa, explica: “Atualmente eu recebo Rs 15,000 e sou forçada a morar num local onde o aluguel diário é de Rs 600. Se a situação continuar assim, o aluguel vai superar o meu salário. Como eu poderei me sustentar assim?”
Tripthi é uma das mulheres trans a quem foi oferecida uma vaga mas que não pôde aceitá-la por não encontrar condições de moradia na cidade afirma: “Eu estou vivendo numa casa de um só cômodo nos arredores da cidade. Sem uma acomodação mais próxima eu não consigo me locomover a tempo do serviço. Então eu tive que recusar”.
O porta-voz do metrô, Reshmi CR, afirmou que a empresa está incapacitada de proporcionar acomodações às contratadas pois eles teriam de estender o benefício a todos os demais empregados do metrô.
Apesar de obviamente o impasse ser considerado um problema para o metrô, a empresa defende que conseguiu um feito com a estratégia de empregar transgêneros.
“Tem sido um sucesso. Eles têm feito um excelente trabalho. Nós agora temos recebido um monte de consultas de outros empregadores querendo informações sobre contratar transgêneros”, afirmou o diretor administrativo Elias George.
Confira um vídeo divulgado nesta semana exaltando a iniciativa empregatícia do metrô de Kochi e que conta com depoimentos de funcionárias transgêneras.
https://www.facebook.com/keralainformation/videos/1835019106817702/