Em 2017, Casey Affleck passou por maus bocados depois de ser acusado duas vezes de assédio sexual. Os casos teriam acontecido sete anos antes. Após vencer o Oscar de melhor ator pelo filme Manchester à Beira Mar, o artista não teve muito tempo para comemorar, pois logo foi um dos pivôs da campanha feminista #MeToo.
De acordo com o UOL, após a campanha, a indústria cinematográfica se tornou um tanto quanto mais hostil ao machismo. Com a exposição de graves casos, se tornaria mais difícil homens serem sexistas e ganharem prêmios ao mesmo tempo. Agora, dois anos depois, Affleck exibiu seu novo filme no Festival de Berlim.
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Intitulado Light of My Life, o filme é uma mistura de ficção científica, drama e suspense. A história se passa em um mundo distópico em que praticamente não existem mais mulheres. Todas teriam morrido por conta de um vírus. Uma das poucas a sobreviver foi Rag (Anna Pniowsky), que é criada por seu pai (Casey Affleck). Ele a cria como se fosse um menino, para que não chame a atenção e não seja molestada ou raptada.
O ator também é autor do roteiro, que gira em torno da relação entre pai e filha. Paralelamente, questões sobre a mulher são retratadas. São destacadas a importância do sexo feminino para que o mundo seja civilizado, o empoderamento da mulher por meio da personagem de Pniowsky. Em suma, questões que vão além da importância da função reprodutora da mulher.
Redenção?
Em conversa com a imprensa, Affleck afirmou que o filme não funciona como uma resposta às acusações de abuso. “Fiz o filme antes de tudo isso [as discussões sobre feminismo] virar um tópico das conversas. Essas ideias eram coisas que já estavam perto do meu coração, não foi uma resposta a nada“, disse o diretor.
E continuou: “O filme provavelmente é [feminista]. Mas não sou um expert no assunto para saber. Tem alguns dos valores e ideias [do feminismo], mas não quis fazer algo político. A intenção era mesmo fazer um filme sobre um pai e uma filha”, disse. “Os valores do filme eram algo que já tínhamos antes desse diálogo público. Não houve muita reformulação nesse sentido“.
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No entanto, o ator informou que uma mudança essencial foi feita no roteiro durante o planejamento do filme. “No começo, o longa era sobre um pai e um filho, dois homens. Eu estava criando meus filhos como pai solteiro, e isso pode ser complicado. Mas eles não quiseram que o filme fosse sobre eles, então troquei [a personagem] para uma menina“, revelou.
“Baseei-a em duas sobrinhas que tenho. Achei que seria igual, mas depois você pensa melhor e percebe: as conversas [entre um pai e uma filha mulher] são diferentes“, completou.
Light of My Life ainda não tem título oficial em português nem previsão de estreia no Brasil.