Uma publicação onde um jovem se solidariza com transexuais repercutiu bastante na última semana. Em um post no Twitter, Bruno Ferreira se ofereceu para melhorar o currículo de pessoas transgênero. Feita na última quarta-feira (3), a publicação já conta com quase quatro mil likes.
“Se você é uma pessoa trans (travesti, transexual, homem trans, não-binárie ou demais identidades trans) e precisa de um help para participar de processos seletivos para estágio ou vagas de emprego, eu faço o seu currículo gratuitamente!”, escreveu Bruno na postagem.
Em entrevista ao site Universa, Bruno, que tem apenas 24 anos, contou que a iniciativa de fazer a publicação aconteceu de maneira espontânea e sem pretensão alguma, enquanto ele atualizava o próprio currículo.
“Imaginei que [problema com currículo] poderia ser uma questão ainda mais importante para pessoas trans, que muitas vezes possuem dificuldade em ingressar e permanecer nos espaços tradicionais de educação e emprego”, disse.
Conforme a Associação Nacional de Travestis e Transexuais, apenas 5% das travestis e transexuais do país trabalham com carteira assinada. A falta de oportunidades reflete em outra realidade: 90% já se viram obrigados a se prostituir para sobreviver.
Em outro momento, Bruno relatou ao Universa que muitas pessoas chegaram até ele contando as dificuldades encontrada no mercado de trabalho, uma delas é a falta de informação quanto ao nome social.
“Muitos do que vieram até mim falam sobre a dificuldade de inserção no mercado de trabalho ou da importância do primeiro emprego para algumas conquistas – como sair da casa dos pais ou viver livremente sua identidade de gênero. Muitas pessoas também têm dúvidas sobre a utilização do nome social nas empresas, já que a retificação do nome de registro civil ainda não é um processo tão fácil de ser acessado pelos mais jovens – apesar de ser garantido pelo Supremo Tribunal Federal”, disse.