Neste domingo (22) o Dique do Tororó, em Salvador, serviu de palco para celebrar a diversidade durante a 18ª Parada LGBT+ da Bahia. O evento teve como tema principal os 40 anos dos Grupo Gay da Bahia (GGB) e os 50 anos da revolta de Stonewall.
Em sua primeiro evento logo após a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL), conhecido por tecer comentários contra à comunidade LGBT, a Parada de Salvador deste ano contou com diversas manifestações políticas.
Em entrevista para o Observatório G, Denis Gomes, um dos membros do GGB e organizador a festa afirmou que, como nunca antes, a Parada de Salvador neste ano passou por uma grande dificuldade financeira. Segundo ele, faltou apoio de empresas e órgãos públicos.
“Mesmo passando por dificuldades nos colocamos a Parada com a apoio do governo municipal e de alguns órgãos. Mas nós também gostaríamos que as empresas, as cervejarias, que venham nos apoiar e mostrar que realmente em suas empresas trabalham pessoas LGBTs. Mostrar que eles abraçam a causa lá dentro, mas que também abraçam aqui fora”, disse.
A drag queen Karma Leoa também fez questão de falar sobre o momento político pelo qual o Brasil está passando. Conforme a artista, eventos do tipo servem para reafirmar a força da comunidade.
“Neste momento que estamos agora eu acredito que a gente deveria ocupar mais a rua, e a Parada LGBTQIA+ é uma forma da gente estar na rua se expressando, mostrando nossa sexualidade e individualidade. É muito importante que estejamos agora ocupando este espaço, porque nossos corpos são políticos e precisam estar cada vez mais em pauta”, declarou.
A drag queen Malayka SN também comentou sobre o lado político da festa. “É importante a gente ter em vista que a Parada é um lugar, sobretudo, não só de fervo ou de festa, mas sim um lugar para a gente contestar o que a gente não concorda. Vir para rua e mostrar que está viva já é, sobretudo, uma grande vitória frente a essa onda fascista que se coloca”, disse.
Com sol forte, por volta das 12h já era possível ver jovens, família e artistas do universo LGBT chegando ao Dique do Tororó. Mas só a partir das 15h que os trios começaram a se movimentar pelas ruas do bairro.
Tia de uma jovem lésbica, Jaci foi uma das pessoas heterossexuais aliadas que passaram pela festa colorida. Ao lado das sobrinhas, ela fez questão de demonstrar seu orgulho e falta de preconceito contra a comunidade.
Com 10 trios na rua, o ponto alto da festa foi a passagem do trio da ex-vereadora transexual, Leo Kret. O veículo contou com a presença da vocalista da banda A Dama do Pagode e das drag queens Miguella Magnata e Nininha Problemática. Esta última lançou na última sexta-feira (20), o clipe da música Quem Manda, parceria com Pepita.
Quem também esteve presente na Parada foi a Secretaria Municipal da Saúde, que neste ano montou um stand para fazer impressão da 2ª via do cartão SUS com a opção da inclusão do nome social. Além disso, também houve testagem rápida para HIV/Aids, sífilis e hepatites.