Um dos sonhos de André Bankoff é casar e ter filhos. Atualmente, o galã namora Barbara Neudine. Com personagens de destaque na TV, entre eles, o Rei Acabe de Jazabel, Record TV, e Jason, um skinhead ligado a crimes da série Rotas de Ódio do Universal TV, o ator estreia hoje nos cinemas Bate Coração, ao lado de Aramis Trindade. Na história ele interpreta Sandro, um cara machista que após a morte da travesti Isadora passar a ter uma outra visão sobre a vida.
Na vida real, André é apresentador de um canal no Youtube, Porta Aberta, que aborda os mais diferentes assuntos com muito humor, principalmente sexo e comportamento. Ao Observatório G, o artista falou sobre os temas apresentados no longa como a homofobia e a violência que membros da comunidade LGBTQ+ enfrentam diariamente em casa, no trabalho e nas ruas.
Em suas redes sociais, Bankoff exalta a tolerância e a empatia para com todos os públicos: “Vou passar minha vida inteira lutando contra a homofobia e todo tipo de atitude preconceituosa”. André também é contra rótulos, para o ator, que em 2020 irá estrear uma nova produção numa plataforma de streaming e mais dois filmes, as pessoas não precisam ser rotuladas como trans ao serem apresentadas umas as outras.
Tolerância
“É um filme que fala de intolerância, homofobia. Isso acontece no dia a dia, cada vez mais, eu me sinto desanimado. As pessoas olham a casca, julgam demais. O preconceito atinge ricos, pobres. As pessoas não se preocupam com a homofobia. O que essas pessoas já passaram?”.
Sofrimento
“As pessoas querem descarregar ódio. A classe LGBTQ+ sofre. Pai que já bateu no filho, mãe que expulsou filho de casa, essa pessoa vive sozinha, é xingada na rua, no cinema é hostilizada. Essas pessoas [preconceituosas] não olham o interior. Para evoluir temos que fazer mais filmes, séries”.
Bate Coração
“Ali dentro de um corpo, trans, gay, travestis, negro, branco, tem uma pessoa, de bom caráter, tem uma vida que sustenta uma família, são pessoas. Quando a gente vai acordar? Eu possa não gostar, mas o mínimo de amor e respeito ao próximo todo ser humano tem que ter com o outro”.
“Tenho muito amigo gay, eles são os meus melhores amigos. E eles sofrem pra caramba. Volta e meia eles falam de atitudes preconceituosas que eles passaram no ônibus, no trabalho… E ainda tem o racismo, gordofobia. Por que eu ofendo, hostilizo? Pessoa preconceituosa é em todos os campos. Será que é feliz?”.
Homofobia
“Me entristece muito, fico triste. Será que as pessoas não conseguem enxergar o outro com o coração? O passado do outro? Elas desconhecem a vida dessas pessoas, o que elas passam enfrentam… Deixem as pessoas viverem. Vou passar minha vida inteira lutando contra a homofobia e todo tipo de atitude preconceituosa. Em casa a gente aprendeu a respeitar e a amar as diferenças”.
Religião
“Às vezes, a religião segrega, prega o amor ao próximo, mas não consegue aceitar. É triste. Deus vê o coração, o ser humano. Bate Coração traz isso. A Isadora fala com o Sandro: ‘Tem alguma coisa aí no seu coração que está te fazendo mal…’ Ele é assim machista, vaidoso, ele não está preocupado com o outro, ele só vê o externo”.
Homem feminista
“Todo homem tem uma feminilidade dentro dele. Todo ser humano tem o masculino e o feminino dentro dele. Por que eu como homem não posso entender de maquiagem, roupa? Eu faço isso com a minha namorada, dou dicas, eu sei o que é um delineador. Eu sou um homem feminista. Eu participo, quero saber, me preocupo. Eu já ouvi muitas frases machistas por conta do meu comportamento: ‘Isso é coisa de viado’. Só porque eu opino sobre cabelo, maquiagem… E em casa meus irmãos também são preocupados com as esposas, minha mãe soube trazer isso pra nós”.
Contra rótulos
“Fui em uma festa e lá me apresentaram uma moça: ‘Essa daqui é fulana de tal, ela é trans’. Depois eu peguei amizade com essa pessoa e aí eu falei pra ela: ‘Por que as pessoas têm que te apresentar como trans? Ninguém me apresenta como André Bankof hetero’. Você é uma pessoa, uma mulher. Quando forem falar isso sobre você, corrija. Meu nome é fulana de tal’. Ela agradeceu pela conversa que eu tive com ela. Mas isso é o mais correto”.
Filme
No longa dirigido por Glauber Filho, Sandro é um conquistador nato, cheio de preconceitos, que sofre um ataque de coração em plena noite de Réveillon. Para escapar da morte, precisa de um transplante de urgência. E a salvação vem de onde ele menos espera. Morta num acidente, Isadora, travesti dona de um salão de beleza da periferia, se torna a doadora que salva – e transforma – a sua vida.
Ainda apegada à vida material, Isadora permanece, enquanto espírito, acompanhando os passos do novo dono de seu coração; e também de sua esposa Vera (Germana Guilhermme) e de seu filho Davi (Brenno Leone), que reaparece tarde demais para conhecer o pai. Enquanto isso, Sandro começa a encarar a vida de outra maneira à medida que reconhece mudanças no seu comportamento e que desconstrói seus próprios preconceitos.
O roteiro da comédia transcendental foi desenvolvido por Daniel Dias, Glauber Filho e Ronaldo Ciambroni e inspirado nas peças “Acredite, Um Espírito Baixou em Mim” e “O Coração Safado”, ambas de Ronaldo Ciambroni. Com Halder Gomes como produtor associado
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